quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O rastilho já cheira a queimado!



A associação de diretores das escolas públicas teme um início do próximo ano letivo "muito preocupante" com um clima desfavorável ao sucesso escolar e pede que seja dada verdadeira autonomia às escolas para se organizarem.

"Nunca vi os diretores tão preocupados com o próximo ano letivo como neste momento. Ou se dá autonomia completa às escolas para que, com os meios que tiverem, fazerem a sua distribuição ou então vamos ter as escolas com um clima impensável", afirmou à agência Lusa Adalmiro da Fonseca, dirigente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

A associação critica a imposição que tem sido feita às escolas para que os professores mais velhos tenham horários carregados, criando situações de grande disparidade entre docentes.

"Vamos ter horários cheios nos professores mais velhos e outros sem horas. Não se podem ter professores com meia dúzia de horas ou com horário zero, e em muitos casos a trabalhar projetos que nem se adequam ao seu perfil, e outros no mesmo grupo a dar 22 horas. Isto vai dar um ambiente terrível nas escolas [ao nível do sucesso escolar]", lamentou o dirigente da ANDAEP.

Para a associação que representa os diretores, é urgente que seja dada às escolas uma verdadeira autonomia para utilizarem professores, horas e turmas de que disponham, de acordo com os projetos que melhor se adequam ao sucesso escolar.

"Ou o ministério faz isso ou vamos ter um início de ano letivo nas escolas verdadeiramente preocupante", avisa Adalmiro da Fonseca.

A ANDAEP critica ainda o que diz ser a "desigualdade" entre escolas públicas e estabelecimentos privados no que respeita à abertura de cursos profissionais. A associação relata casos de escolas públicas que, por determinação ministerial foram proibidas de abrir cursos profissionais, apesar de terem os meios humanos necessários, ao mesmo tempo que foi dada permissão ao ensino particular.

"Não temos rigorosamente nada contra o ensino particular. O que queremos é que haja igualdade de circunstância. As escolas públicas deviam poder fazer a oferta de acordo com a necessidade das localidades onde se encontram", indica Adalmiro da Fonseca.

in Expresso

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