sábado, 4 de agosto de 2012

A verdade inconveniente: professores contratados versus professores do quadro - a discriminação! (mas sem generalizações)



Não é de agora, todos sabem que os contratados dão muito jeito. Para ficarem com o pior serviço, para servirem de cobaias na avaliação de professores, para descartar e deitar fora quando não se precisa dos seus preciosos (mas dispensáveis!?) serviços, para ganharem mal, para se dizer que têm emprego quando se trata de puro subemprego com meia dúzia de horas em horário incompleto, para, …, para …, PAU PARA TODO O SERVIÇO !
Mas que maravilha, que dá jeito dá para muitos ter estes colegas tão “voluntariosos” nas escolas, ai dá dá!
Então não é que sabe tão bem tê-los com rédea curta, quase a sufocar, tolhidos pelo trauma da ameaça permanente do desemprego?!
Os contratados são para alguns uma espécie à parte, que foi criada para tapar buracos, para ser humilhada no âmbito de um processo de pura sobrevivência profissional. Os silêncios de alguns colegas quadrados do quadro em momentos chave, quando um contratado fala de coisas que em principio se acha que não tinha nada que falar, deixam permanentemente antever uma ameaça a essa sobrevivência do elemento fraco da relação.
O professor contratado é para muitos um ET ameaçador mas fácil de dominar, uma espécie menor que até nem tinha nada que estar ali!
Nos anos 80 dizia-se na cantiga: Tá caladinho senão levas no focinho! E repetia-se à exaustão. Agora diz-se, em silêncio ao contratado (uma forma de comunicação inventada pelos seres quadrados dominantes): Tá caladinho senão perdes o empreguinho!
Dantes, não era raro ouvir-se nas salas de professores uma certas galinhas todas emproadas com a sua poupa fenomenal e infernal, sotoras do quadro de nomeation defenitive, virarem-se altivamente para um pobre colega contratado (o desgraçado na altura chamava-se, pomposamente, “provisório”, não fosse ele querer ser “colega” depressa demais! Como se as próprias  galinhas velhas não estivessem todas nesta vida como provisórias, e algumas já foram que eu sei!) e diziam lá para Março, “ouça lá, é colega ou provisório?! E não estou a inventar! (Estava-se mesmo em Março, e que raio,  as gajas nunca tinham falado com o prof. contratado que até era colega de grupo e tinha estado todas as semanas em reuniões com elas!).
Hoje já não é assim, a raça das galinhas procriou e deu origem a uns seres pouco falantes, de atitudes pidescas, colados ao poder e que se esmeram por agradar a quem pensam dever uns favores e que lhes podem acautelar o descanso. Estas criaturas falam em silêncio e não fazem perguntas daquelas … ou é provisôrio? Estas novas criaturas são muito sofisticadas e agem na sombra, e à primeira suspeita de que a sua vidinha possa estar a ser comprometida por um contratado, correm para a sala do poder a reclamar da espécie inferior que ousou desafiá-la.
Agora já não se fala, faz-se pela calada!
Apesar desta evolução de galinhas falantes (mas só em Março, por causa das confianças!) para galinhitas silenciosas, o objeto é sempre o mesmo: o desgraçado do contratado.
Mas a culpa é de quem mantém professores contratados nas escolas não respeitando o que está estabelecido na lei geral do trabalho, criando uma lei própria para os funcionários públicos que em caso algum permite que um professor se efetive ao fim de quatro anos. O Estado assinou a Diretiva n.º 70/1999 – CE, e até hoje nunca a cumpriu! O pessoal dos sindicatos, em 13 anos nunca alegou esta diretiva. Porque será? Será que as galinhas e as filhitas se meteram nos sindicatos e não deixaram?!

1 comentário:

  1. parabéns pelo texto senti na pele em algumas situações ,mas tb ainda ha muitas que não se emproaram nem vivem ainda numa redoma! bem haja!

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