sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O plano maquiavélico do MEC em relação aos professores contratados



1) Foi imposto ao MEC pelo Ministério das Finanças uma redução de despesa de muitos milhões de Euros.


2) O MEC fez contas e chegou á conclusão que na impossibilidade de despedir no imediato os professores do quadro, só teria uma solução, atalhar no campo dos contratados. Mas como ganham muito pouco comparando com os do quadro, teria o MEC de se ver livre de muitos mais contratados do que teria se fossem do quadro.


3) O MEC começa por traçar um plano absolutamente maquiavélico, sem qualquer respeito pelas pessoas que estão por trás dos números de contratados, pessoas com filhos para sustentar e vidas para efetivamente viver e já com o mínimo de dignidade dada a forma como têm sido tratados.


4) O plano começa com a contabilização por parte dos serviços de estatística do MEC, do número de professores contratados no sistema.


5) O passo seguinte, foi fazer uma reforma curricular, toda ela orientada para a redução de professores no sistema.


6) Aumenta-se a carga letiva dos professores para 24 tempos letivos (na base de 45 minutos).


7) Aumenta-se o número de alunos por turma, com um máximo de 30 alunos.


8) Por excesso de zelo reducionista dos custos com os salários dos recursos humanos, o MEC com as medidas anteriores e outras de alcance mais reduzido, consegue atingir professores do quadro.


9) As contas foram todas feitas para atingir por excesso a classe docente, chegando a milhares de professores do quadro. Só assim o MEC teria a garantia que os professores contratados seriam eliminados do sistema em número significativo, muito próximo dos professores contratados em exercício de funções no ano letivo que agora finda.


10) O MEC, recupera em Agosto os professores do quadro sem componente letiva, quer por atribuição de tarefas de apoio, quer por colocação no concurso de mobilidade.


11) O MEC atinge o objetivo de redução de despesa traçado inicialmente e conseguido no meio de muitas peripécias, nomeadamente com a ameaça aos Diretores das escolas de que seriam responsabilizados se não tivessem componente letiva para os todos os docentes que não indicassem para DACL.


12) Os professores contratados reduzem-se no dia 1 de Setembro a um número residual face às medidas planeadas.


13) O sucesso de Nuno Crato é elogiado pelo Ministro Finanças, em conversa particular, a ter no dia 31 de Agosto, lá para o final do dia, aquando da saída das listas de colocação.


14) Do lado oposto, os professores contratados deitam as mãos à cabeça, perguntando-se, porque não fomos para a frente do MEC protestar enquanto foi tempo, fazendo vigílias contínuas ao longo do mês de Agosto, denunciando à opinião pública o plano maquiavélico do governo.


15) Previsão para Setembro: Alguns professores contratados, recém desempregados, com muita coragem resolvem tomar medidas mais radicais, dentro dos limites da ordem pública, mas incisivas (quem sabe se uma greve de fome, em frente à portaria do MEC !).

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