Externato Penafirme (Torres Vedras), Salesianos de Manique (Cascais), Externato S. Mamede (Matosinhos), Externato da Benedita (Alcobaça), Colégio D. Leonor (Caldas da Rainha) e Colégio de St. André (Mafra) são algumas das escolas que estão a despedir docentes, denuncia Graça Sousa, da Fenprof. "É escandaloso. O financiamento mantém-se e, por isso, não há motivo para despedir", disse ao CM, explicando que a revisão curricular e o aumento para 30 alunos por turma são as justificações apresentadas.
O CM tentou, sem sucesso, contactar os colégios e a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo. Já o Ministério da Educação não quis comentar a situação. Nestas escolas financiadas pelo Estado em áreas sem ensino público os alunos não pagam.
in Correio da Manhã
Se o desemprego docente do particular e cooperativo estivesse dependente do financiamento do Estado aos colégios com contrato de associação, então não se justificava esta noticia. Mas pelos vistos os cerca de 85000 Euros que o Estado dá a estes colégios por turma já não chega. Alegarão os colégios: mas mantiveram o financiamento por turma e obrigaram-nos a ter turmas entre 26-30 alunos! Mas será que o problema não está na margem de lucro que os donos destes colégios não querem prescindir? E portanto é muito mais fácil atirar professores para o desemprego!
O certo também é que estes professores terão direito a uma indemnização, ao contrário dos desgraçados dos professores contratados do ensino público.
Só espero é que estes colegas, que na sua esmagadora maioria estiveram anos a fio com muita estabilidade e perto de casa, sem se terem sujeitado aos concursos do ensino público, não venham como pára-quedistas ocupar os lugares de professores contratados no anunciado mas hipotético concurso de vinculação extraordinária de professores contratados do ensino público, estes sim que andaram, muitos cerca de 20 anos, a penar de terra em terra pelo país inteiro. Será que nos vão vir com a lenga-lenga que levou os professores dos colégios com contratos de associação a poderem concorrer na primeira prioridade? Não podemos admitir, é que além de estes colegas terem entrado nestes colégios através, possivelmente, em muitos casos, por via do fator C, ainda tiveram a possibilidade (aqueles que só tinham habilitação própria), de fazerem a profissionalização antes dos colegas contratados do público. Ora esse facto veio a beneficiar este professores do privado, pois como cada ano após a profissionalização conta 1 valor na graduação profissional, estes possíveis candidatos a uma vinculação extraordinária iriam mais uma vez estar em vantagem em relação aos professores contratados do ensino público. Já não bastava tudo o que os professores contratados das escolas públicas passaram, longe de casa, com horários incompletos, temporários e com baixos salários, para agora virem a ser relegados mais uma vez para segundo plano, só porque era necessário estender a passadeira vermelha àqueles candidatos!
Professores dos colégios com contrato de associação candidatos ao concurso de vinculação extraordinária de professores contratados? Não nos venham com essa, pois não vamos permitir outra afronta à nossa dignidade!