Que há milhares de professores contratados que são gente com imensa tarimba moldada por muitos anos de serviço, bastantes com mais de 15, 20 anos a contrato. São colegas que, no meio de tanta precariedade, acabaram por constituir família, tendo atualmente filhos para sustentar. São professores e simultaneamente pais, que não estão dispostos a abdicar de continuar a trabalhar para continuarem a criar os filhos com a dignidade garantida por um posto de trabalho nas escolas, agora dentro dos quadros. Todos os limites foram ultrapassados há muitos anos, mantendo estes professores numa vergonhosa precariedade, configurando uma espécie de escravatura laboral dos tempos modernos. E agora, com pezinhos de lã, quer-se acabar com essa também espécie de degredo - a contratação a termo certo, atirando para o desemprego quem serviu durante tantos anos a nobre causa de ensinar várias gerações.
Quando está sozinho e se trata de defender a própria dignidade, o ser
humano, em geral, reage com o vigor suficiente para acautelar os seus direitos.
Mas, quando é também a dignidade dos filhos que está em causa, nomeadamente o perigo de não satisfação das suas necessidades básicas, um pai ou uma mãe
multiplicam por um milhão a força que
teriam se o problema os afetasse somente a eles próprios.
Os professores contratados de longa
duração não podem ser tratados como ingénuos, pois usarão todas as forças que
têm para se defenderem e sobretudo defenderem os filhos. Se o governo quer ter
alguma paz social no seio da classe docente tem de prosseguir a anunciada
intenção de vincular todos os professores contratados com muitos anos de
serviço, quer fiquem ou não colocados no dia 1 de Setembro nas escolas.
A vinculação terá de ser feita ainda
este ano civil, caso contrário aqueles professores terão uma atuação incisiva
junto da opinião pública e das instituições judiciais. Em relação a isto sei
que se prepara uma grande vaga de recurso aos tribunais por parte de
professores contratados. Ações essas com uma agravante para os cofres do Estado, sendo certo
que estes professores vão pedir além da vinculação, que sejam indemnizados por
danos materiais por cada ano que estiveram a contrato além dos quatro anos
previstos na Diretiva 1999/99/CE que o estado teima em não por em prática há
onze anos a esta parte.
Será que o Gaspar já foi informado pelo Crato que isto vai sair muito mais caro aos cofres do Estado? Estarão erroneamente convencidos os dois, mais o Passos Coelho, que os professores contratados, com filhos para alimentarem , vão ficar parados na agonia de um subsídio de desemprego efémero, sabendo que a seguir é o desemprego e a miséria?!
Será que o Gaspar já foi informado pelo Crato que isto vai sair muito mais caro aos cofres do Estado? Estarão erroneamente convencidos os dois, mais o Passos Coelho, que os professores contratados, com filhos para alimentarem , vão ficar parados na agonia de um subsídio de desemprego efémero, sabendo que a seguir é o desemprego e a miséria?!
Nem pensem nisso! Não se esqueçam
que os milhares de pais, professores contratados, não ficarão inertes perante a
afronta à sua dignidade e à dos seus filhos.
A aflição destes professores, pais desesperados, moverá montanhas em defesa daqueles que amam em primeira instância. Crianças e jovens que já sofreram muito com esta vergonhosa precariedade, muitos estando demasiado tempo separados dos progenitores pela distância das colocações, professores
contratados que pouco puderam acompanhar o seu crescimento.
O Gaspar há-de saber disto!
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