São seis da manhã e aqui estou eu após mais uma noite de insónia. Estamos a meio de Agosto e estou com olheiras e um nível de ansiedade e de stress como se estivéssemos num dos mais intensos períodos de trabalho. A causa é simples, fácil de identificar e provavelmente muito semelhante a muitos outros contratados: concursos e situação profissional em relação ao próximo ano letivo. Será que ao fim de treze anos a batalhar e a pagar para ter trabalho numa profissão que se desenvolve com verdadeiro gosto vou ficar desempregado? Será que serei um dos poucos afortunados com horário completo a 31 de Agosto? Será que hoje começam a sair as ofertas de escola? Será que irei voltar aos tempos em que ficava com horário incompleto, longe de casa, não me compensando o que se
ganha? Será que este ano as ofertas de escola irão ser todas em horários temporários? Será que ao fim de tantos anos a trabalhar em horário completo e anual, a adquirir uma certa estabilidade profissional merecida, irei regressar aos tempos em que a colocação era uma incerteza absoluta ou a arriscar-me a ficar com um mísero horário pago apenas até junho e ainda ter que me dar por muito contente pois estou melhor que muitos outros? Será que vou ter dinheiro para pagar as despesas que a minha família precisa?
Estas e outras preocupações matraqueiam a minha cabeça há demasiado tempo... Por isso penso: ainda que duvidando das prendas envenenadas, eu neste momento não quero a migalha da suposta vinculação e dar-me muito contente por finalmente deixar de ser uma necessidade residual e temporária. Eu, na verdade, EXIJO que os tribunais deste país ou da Europa reponham uma injustiça há muito praticada. Quero uma indeminização por cada noite em que não dormi, a mais que merecida vinculação, outra indeminização pelo desgaste psicológico, a merecida compensação financeira pelas perdas financeiras ao longo destes treze anos e tudo o mais a que tenho legitimamente direito. Por isso proponho que não esperemos mais. Não devíamos ficar mais à espera de migalhas e muito menos de promessas enganosas. Devemos avançar já com uma ação judicial conjunta que chegasse a tribunais nacionais e comunitários. Se os sindicatos quiserem utilizar os seus recursos para a nossa luta, ótimo. Caso contrário, somos muitos e a união faz a força. Não sei quanto custaria levar a nossa situação a tribunal, mas a dividir por todos é capaz de não chegar a um euro. Sei que há uma suposta comissão que está a tratar deste assunto, mas parece-me que está na altura de seguirmos em frente. AÇÃO JUDICIAL JÁ! Ou bem que há respostas por parte das comissões ou temos que criar outros grupos de trabalho para pôr isto a andar...
De um contratado igual a tantos outros.
Avancemos, pois então!
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