De uma colega que fez o que todos os contratados deviam fazer!
“Para:
Reitoria da Universidade do Minho
Escola de Ciências da Universidade do Minho
(Presidência, Conselho Pedagógico, Departamento de Biologia, Departamento de Ciências da Terra)
Instituto de Educação da Universidade do Minho
(Presidência, Conselho Pedagógico, Departamento de Ciências Sociais da Educação, Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa, Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didáctica e Supervisão, Departamento de Teoria da Educação e Educação Artística e Física)
Exmos. Srs.
Sou Filipa Carvalho, Licenciada em Ensino de Biologia e Geologia pela Universidade do Minho, desde 30 de maio de 2005.
No suplemento ao diploma quanto aos requisitos do programa de estudos pode ler-se:
“A Licenciatura em Ensino de Biologia e Geologia é um curso de formação de professores de Ciências Naturais para os Ensinos Básico e Secundário.
O curso fornece uma preparação científica específica nas áreas da Biologia, da Geologia e das Ciências da Educação.
No 5º ano do curso efectua-se o estágio pedagógico em escola básica ou secundária”.
No mesmo documento, no ponto que concerne à função da qualificação, relativamente ao estatuto profissional pode ler-se:
“A Licenciatura é reconhecida pelo Ministério da Educação como uma licenciatura profissionalizante para o Ensino de Biologia e Geologia – 3º Ciclo e Secundário. Em todos os cursos os licenciados podem leccionar no grupo de docência em que a prática pedagógica/estágio tenha sido efectuada.”
Posto isto, venho pela presente indagar junto dos órgãos responsáveis pela Universidade do Minho, bem como às Escolas e Departamentos nas quais a Licenciatura em Ensino de Biologia e Geologia se integra,qual a vossa posição face à intenção do Ministério da Educação e Ciência em exigir aos professores com habilitação profissional a realização de uma prova de avaliação de conhecimentos, capacidades e competências, para permitir o acesso ao exercício da profissão?
A mesma questão é extensível às demais licenciaturas em ensino ministradas pela Universidade do Minho, no âmbito da formação inicial de professores.
Para além de colocar em causa a qualidade científica e pedagógica dos docentes, a intenção de realizar esta prova coloca em causa a idoneidade e qualidade dos docentes, departamentos e escolas, em suma de toda a Universidade, no processo de formação inicial de professores.
Assim sendo, gostaria de exigir sobre esta questão uma tomada de posição clara e objetiva, por parte da instituição que foi responsável pela minha formação, a qual eu pessoalmente nunca pus em causa e para com a qual sempre cumpri com as minhas responsabilidades.
A exigência desta prova põe em causa a formação inicial de professores que foi ministrada nessa Universidade durante dezenas de anos. Tal facto deve merecer pelos responsáveis, passados e presentes, atenção, reflexão e ação, de modo a não defraudar as expectativas de todos quantos obtiveram a sua formação e qualificação profissional na Universidade do Minho, confiantes de que a mesma era sinónimo de qualidade e reconhecimento.
Subscrevo-me com estima e consideração,
Filipa Adriana Vieira de Carvalho
Nota: reservo-me o direito de divulgar esta carta pelas vias que entender apropriadas, esperando que a mesma sirva para uma reflexão e tomada de posição sobre a prova de ingresso à carreira docente”.
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