Depois de meia dúzia de verdades acerca da situação dos
professores contratados o Guinote sai-se com esta:
“Estão entregues a vós mesmos e, o mais certo, condenados ao
desemprego ou a uma readaptação profissional. Só terão lugar, de um modo
significativo, no “sistema” quando forem aposentados tantos professores dos
quadros que seja necessário recorrer a mão de obra docente mais barata e
precária, na altura já com uma estrutura de carreira diversa da atual, com uma
margem de progressão bem menor e mais lenta. A prova de ingresso é apenas um fait-divers para
eliminar (ou desencorajar) candidatos à docência e aos concursos por forma a
não surgirem notícias de dezenas de milhares de profissionais qualificados no
desemprego. Como com os doentes terminais que é melhor saberem a verdade do que
serem iludidos, penso que não há maneira de eu colocar a coisa de forma mais clara,
e vocês sabem que é verdade: estão lixados, mal pagos ou desempregados e vão
ter de, infelizmente, organizar a vossa vida tendo isso em conta. O vosso único
trunfo a médio prazo é a vossa fragilidade: serem precários e baratos para o
orçamento do Estado.”
Ou seja, o Guinote basicamente, de forma velada, está a
tentar encorajar os professores contratados a baixarem os braços e a aceitarem
a desgraça!
Ou seja, solidariedade zero, exigência de uma vinculação
justa, zero!
Não, o vosso destino é este agora amanhem-se porque eu já estou no
quadro. Vocês vieram depois, agora reconvertam-se, e não disse, mas é quase
como se tivesse dito:
EMIGREM Ó RASOS!
Não Guinote, apesar de misturares algumas verdades com o
desincentivo à luta, o que mostra alguma lucidez maquiavélica, fazes-lo da pior forma
ao pintares o cenário de negro, como se
essa luta digna fosse contra moinhos de vento.
Não Guinote, ninguém deve vender ilusões, mas sim lutas,
corpo a corpo se necessário, porque a razão está do lado de quem anda precário,
descartável há demasiado tempo, muitos há vinte e mais anos.
Vais dizer que só quiseste tirar ilusões aos colegas que
penam há tanto tempo numa angustiante luta diária pela sobrevivência
profissional.
Tens razão em muitas coisas que dizes, mas no que se refere
aos colegas contratados, estás definitivamente desfasado da realidade. Há
muitos colegas que querem lutar por todos os meios para verem ser feita justiça
à sua condição de contratados vitalícios.
Não ajuda nada, e nem sei se é esse o
objetivo, vires com essa de que os braços devem cair e pronto, é esquecer a
profissão e os filhos para dar de comer!
Não achas que estás a insultar a
inteligência dos milhares de professores contratados ao vires com essa análise catastrófica de
desincentivo sabe-se lá a troco de quê?!
Como costumas usar uns termos portuguesóides quando te referes aos teus “inimigos”, tipo Ramirílios”, acabo de inventar um termo
a inscrever nesse dicionário que não é o meu, mas não me deixas alternativa: Guinotada.
E esta, a do abaixamento dos
braços dos professores contratados, do deixa andar que não há remédio, é
definitivamente uma grandessíssima Guinotada!
Só faltava mais esta vir um professor do quadro, bem instalado,
incentivar os colegas contratados a nada fazerem para defenderem o seu emprego,
a sua vida!
Ó Guinote, mais uma destas e começo a achar que estás feito
com os Ramirílios!
Não brinques às escondidas misturando as constatações, as
evidências com o desincentivo à luta. Como dono de um Blog da praça, devias
aproveitar para ajudar nesta luta pela vinculação e não desincentivar. Mas não
é isso que realmente queres pois não?!
Devias explicar o porquê deste teu trôpego discurso e não refugiar-te em conselhos aos colegas contratados para se inibirem de
lutar. Esse não é o caminho!
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