sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"Temos de fazer contratações que correspondam às reais necessidades do sistema educativo" - estas devem gerar, no mínimo, o mesmo número de efetivações já no próximo ano!

Declarações do SE Casanova: 

"Temos de fazer contratações que correspondam às reais necessidades do sistema educativo"



Então precisa-se de um concurso extraordinário de vinculação de professores contratados já em 2014, com um número de vagas coincidente com as colocações de contratados em setembro, no mínimo, porque haverá grupos em que será necessário alargar este número porque haverão ainda ofertas de escola nos TEIP!


Qual a desculpa agora para não o fazerem se pela primeira vez já conhecem as necessidades reais do sistema e que serão ocupadas por professores contratados?!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Crato já devia saber, mas a nova Ministra das Finanças nunca saberá se Crato não lhe disser!


Que há milhares de professores contratados que são gente com imensa tarimba moldada por muitos anos de serviço, bastantes com mais de 15, 20 anos a contrato. São colegas que, no meio de tanta precariedade, acabaram por constituir família, tendo atualmente filhos para sustentar. São professores e simultaneamente pais, que não estão dispostos a abdicar de continuar a trabalhar para continuarem a criar os filhos com a dignidade garantida por um posto de trabalho nas escolas, agora dentro dos quadros. Todos os limites foram ultrapassados há muitos anos, mantendo estes professores numa vergonhosa precariedade, configurando uma espécie de escravatura laboral dos tempos modernos. E agora, com pezinhos de lã, quer-se acabar com essa também espécie de degredo - a contratação a termo certo, atirando para o desemprego quem serviu durante tantos anos a nobre causa de ensinar várias gerações.
Quando está sozinho e se trata de defender a própria dignidade, o ser humano, em geral, reage com o vigor suficiente para acautelar os seus direitos. Mas, quando é também a dignidade dos filhos que está em causa, nomeadamente o perigo de não satisfação das suas necessidades básicas, um pai ou uma mãe multiplicam por um milhão a força que teriam se o problema os afetasse somente a eles próprios.
Os professores contratados de longa duração não podem ser tratados como ingénuos, pois usarão todas as forças que têm para se defenderem e sobretudo defenderem os filhos. Se o governo quer ter alguma paz social no seio da classe docente tem de prosseguir a anunciada intenção de vincular todos os professores contratados com muitos anos de serviço, quer fiquem ou não colocados no dia x (?) de Setembro nas escolas.
Uma nova vinculação terá de ser feita em 2014, caso contrário aqueles professores terão uma atuação incisiva junto da opinião pública e das instituições judiciais. Em relação a isto sei que se prepara uma grande vaga de recurso aos tribunais por parte de professores contratados. Ações essas com uma agravante para os cofres do Estado, sendo certo que estes professores vão pedir além da vinculação, que sejam indemnizados por danos materiais por cada ano que estiveram a contrato além dos quatro anos previstos na Diretiva 1999/99/CE que o estado teima em não por em prática há onze anos a esta parte.
Será que a Ministra das Finanças já foi informada pelo Crato que isto vai sair muito mais caro aos cofres do Estado? Estarão erroneamente convencidos os dois, mais o Passos Coelho, que os professores contratados, com filhos para alimentarem , vão ficar parados na agonia de um subsídio de desemprego efémero, sabendo que a seguir é o desemprego e a miséria?!
Nem pensem nisso! Não se esqueçam que os milhares de pais, professores contratados, não ficarão inertes perante a afronta à sua dignidade e à dos seus filhos.
A aflição destes professores, pais desesperados, moverá montanhas em defesa daqueles que amam em primeira instância. Crianças e jovens que já sofreram muito com esta vergonhosa precariedade, muitos estando demasiado tempo separados dos progenitores pela distância das colocações, professores contratados que pouco puderam acompanhar o seu crescimento.



A ministra há-de saber disto!

(Readaptação do post publicado há um ano atrás. Os problemas persistem depois de uma vinculação extraordinária residual!)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

MANUAL DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL: Socorro, minha mãe, tenho 38 anos e não tenho emprego! / Socorro filho, tenho 65 e estou na ruína!

Os mais jovens vêem-se na eminência de um SOS permanente até aos 40 de idade, no mínimo, até que os que estão em termos etários mais à frente lhes possam dar lugar. Não é raro agora a adolescência prolongar-se pelo menos até aí, por via da situação de dependência em relação aos progenitores até tão avançada idade. Voar sozinho tornou-se penoso nos tempos que correm, tempos de vacas esqueléticas quase a morrer, e de muitas já bem mortas há muito tempo, a cheirar mal. Os sinais evidentes de saturação dos filhos que pedem para o dia-a-dia à mãe às escondidas do pai, ou ao pai com o conhecimento da mãe deixou de ser raro para se tornar o pão nosso de cada dia por essas vilas e aldeias de Portugal. Mas por aí ainda há a terra que é de quem a trabalha e que em muitos casos começa a ser limpa de ervas daninhas até pela malta licenciada noutras coisas que não a agricultura. É um recurso evidentemente transitório, mas que vai dando um sentido à vida provisória de jovens cada vez mais velhos, muitos licenciados à procura do primeiro emprego, estável se fosse possível sonhar. Mas, já não lhes é permitido sonhar a curto e médio prazo com essa estabilidade e por tal muita coisa vai ficando adiada como a procriação que dantes era pelos vinte e que agora vai para os trinta e muitos, quarenta e tal anos, pois a incerteza é grande em termos de sustentabilidade de uma débil economia familiar. Ou a evolução da espécie acompanha os constrangimentos da economia capitalista das sociedades ocidentais economicamente decadentes, e o ser humano na sua vertente geracional aumenta sem problemas a idade média de procriação, ou o número de nascimentos decairá abruptamente pela infertilidade de mulheres cada vez mais velhas a tentarem gerar filhos em ambientes extremos, venenosamente stressantes, de uma vida recheada de incerteza com um cariz profissional provisório, de recibo verde que até poderia significar “procriem” se a autorização viesse de um departamento governamental cujo ticket retirado de um balcão de atendimento, pela cor significasse via verde para a procriação, uma espécie de simplex da vida, uma garantia emprego no Estado ou numa empresa privada protocolada para o efeito em troca da geração de novos cidadãos. Mas a realidade é dura, e vivendo à custa dos pais, sempre à espera do emprego que nunca mais chega para finalmente dar à luz, a mulher vê-se na eminência de deixar passar a sua idade fértil e de nunca saborear o prazer da maternidade. 


O SPGL tem uma secção denominada “Jovens professores Contratados”, que deu muito jeito para nunca fazerem grande coisa pelos professores contratados na última década, a não ser alguns números de circo em frente ao ME. Está no tempo de alterarem a denominação para “Velhos professores contratados”, porque a primeira denominação já não corresponde à realidade desde há muito tempo a esta parte. 

Pois, é também na classe docente contratada e desempregada que se coloca este problema da maternidade adiada ad eternum. À espera de uma colocação para fazer um filho! 

- Mãe, fiquei colocada, agora vou dar-te um neto, que dizes da ideia? 

- Sim filha, é uma ideia porreira… Mas já te efetivaram numa escola? 

- Não mãe, mas fiquei com um horário de oito horas, e… com mais aquilo que me tens dado, acho que chegou o momento, afinal já só tenho 38 anos e nunca tive uma oportunidade assim! 

- E o teu companheiro o que diz disso? 

- Ele também conseguiu um horário temporário de um mês numa escola lá pro Algarve. A última vez que falei com ele, disse-me que se fosse pra avançar vinha cá aos fins de semana pra irmos tentando. Então, que achas, posso fazer um filho ou não? Vá lá mãe, qualquer dia chega-me a menopausa e depois fico sem nada! 

- Está bem filha, não te preocupes, vou mudar os lençóis do quarto de hóspedes!...Manda vir o rapaz do algarve. 

- Mãe, mãe… és a melhor mãe do mundo… finalmente vou realizar o meu sonho! Quem dera que o pai ainda fosse vivo para ver o netinho nascer!... Sei que nunca nos deixarás passar necessidades, a mim ao meu filho e teu neto e ao meu namorado, o Asdrubal que está no Algarve com um contrato de um mês na escola de Albufeira. Obrigado mãe…(lágrimas, muitas). 

Nesse momento, na televisão surge Gasparzinho, o malandreco, com cara de sono, dizendo: blá, blá, blá…, pois vamos reduzir as pensões para metade, ACABAR COM A PENSÃO DE VIUVEZ, acabar definitivamente com o abono de família, acabar com o subsídio de maternidade, criar um imposto extraordinário sobre a procriação…blá, blá, blá!...

(post bis de J. Costa)

sábado, 24 de agosto de 2013

O que queria Grancho e o que Grancho quer - o sonho de uma vida, o pesadelo de muitas vidas!


Não é preciso muita ginástica mental para perceber o que quer Grancho ao empoleirar-se no governo!

Grancho quer sempre a mesma coisa!

Grancho sonha e a obra quase nasce.

Grancho olha para o passado, faz no presente e vê um futuro risonho, o seu!

Grancho espera anos a fio por uma oportunidade, e eis que ela surge pela mão de Crato.

Havemos de convir que a paciência de Grancho é uma chatice, o homem sonhou e como não conseguiu tornar o sonho realidade, agora encostou-se ao poder efémero e, na curta janela temporal que ainda lhe resta, está a tentar criar o cenário para surgir como o triunfador do sonho!

E ao assumir a pasta de Secretário de Estado manteve aquele ar soturno que o caracteriza e lembra outros tempos, só que agora já não cai bem.

E Grancho sonhou com uma Ordem de Professores e obsessivamente tem andado a falar nisso sozinho há quase duas décadas. Agora fala para dois ou três, tantos quantos os que julga que o ouvem e portanto nem se sabe se acreditam neste sonho.

Ora vejam lá agora quem Grancho foi escolher para dar o arranque ao seu sonho: os professores contratados!
Isto parece um dejá vu, qualquer coisa como contratados as cobaias de um modelo de avaliação de professores, lá mais atrás, algures em 2009. 

Com a prova de avaliação de competências, quer o Grancho deixar sementes para aplicar, num futuro que ele não quer muito longínquo, o código da moral e dos bons costumes aos professores em geral, disse em geral, tornando-os meninos e meninas bem comportados senão o regedor dá-lhes o troco!

E desenganem-se os professores do quadro se pensarem que esta coisa das provas de avaliação de competências como é para contratados eles que se amanhem que cá a nós nada nos toca!

Não, não é só para contratados! Num instante o Grancho, se calhar já nem governante, vem a público exigir de novo uma Ordem de Professores. O próprio, defensor histórico da causa, assim se tornaria o primeiro Bastonário da Ordem dos Professores.

Afinal quem ia contestar para o cargo o homem que tanto lutou por isso, que até fez o sacrifício de ir para o governo para preparar o caminho, o seu! I Have a dream!

Ai Grancho, Grancho, se a malta não acorda, ficando feliz com a desgraça dos contratados, vais-lhes tratar tu da saúde. O pior é que depois ficam todos muito mais "saudáveis" à força, os do quadro e os contratados.

Ai professores dos quadros, professores dos quadros, não abram os olhos não, deixem que esta prova para os contratados vá avante, esta coisa inventada que vos vai servir de cama para o pesadelo. Depois, bem, depois será tarde!

Por isso, pela primeira vez deixo o convite para os professores dos quadros lutarem lado a lado com os contratados contra a prova que lhes querem impor.

Será que vão ter a delicadeza de agradecerem aos contratados por estarem a lutar também por vós!




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Da lagosta à cabeça ou espinha de carapau


O que vai sobrar para os professores contratados em setembro?
Lagosta não, nem lagostim!
Do carapau, a espinha talvez, que a cabeça é um luxo.
Quem vai comer os restos são os mesmos de sempre, mas para todo o sempre?
Acordem esfomeados, peguem na cana de pesca e vão buscar o que têm direito.
Meia dúzia de pescadores não chegam para dar de comer a todos.
Lagosta, não, carapau inteiro sim, para todos os que estavam habituados à lagosta e para os que comeram espinhas até agora.

Quem tem coragem para ir à pesca e não ser pescado?!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Caderno de exercícios impresso expressamente para o Guinote - virtualmente retirado do livro imaginário que acabo de publicar intitulado: "MIL FORMAS DE SE PÔR NA PELE DE UM PROFESSOR CONTRATADO!"

Exercício 1 - Guinote, vamos imaginar que és um professor contratado, neste preciso momento, que não tens salário garantido a partir do dia 1 de setembro, que não sabes o que vais fazer no próximo ano, se dar aulas com horário completo ou incompletísssimo, se vais ou não voltar àquela caixa de Hipermercado como já te aconteceu, ou mesmo se o Belmiro te vai deixar ir para lá. O que pensas fazer para resolver o teu problema?

Exercício 2 - Tens dois filhos pequenos em idade escolar. estiveste no ano passado com horário incompleto e a tua mulher, professora contratada, nem sequer trabalhou nos dois últimos anos, e a miséria do subsídio de desemprego está prestes a terminar. O que pensas fazer para resolver o teu problema?

Exercício 3 - Tu e a tua mulher são professores contratados há vinte anos, fizeram um crédito à habitação e não têm nenhuma casa em Fafe para vender. A partir de setembro, sem rendimentos que cubram as despesas, como vais pagar o sítio onde dormes todos os santos dias?

Exercício 4 - Andas desesperado, sem dormir, num mês que devia ser de descanso. O problema de saúde que te afeta leva-te um orçamento significativo do teu ainda ordenado. Como vais fazer para te continuares a tratar?

Exercício 5 - Há vinte anos que andas a contrato precário, ano após ano tens esperado que se cumpra a lei geral do trabalho, ou seja que, embora tardiamente, finalmente te façam justiça, porque nem sequer tens dinheiro para ires a tribunal com o MEC. Como achas que vais resolver a mordaça que te andam a pôr há vinte anos?

Exercício 6 - Quando chegas a casa do trabalho, a tua filha pergunta-te: paizinho, no próximo ano vais ficar outra vez sem me ver durante toda a semana? Vais para longe outra vez? O que lhe vais responder?

Exercício 7 - Foste obrigado a concorrer a duas mega-zonas pedagógicas no concurso para contratação. És de Lisboa e ficas com um horário de 8 horas em Ourém. Acreditas que a Nossa Senhora de Fátima te vai resolver o problema dos gastos?

Exercício 8 - Quando te queixaste numa caixa de comentários da tua situação precária, logo um conjunto de professores bem instalados num qualquer quadro te caíram em cima a dizer que nunca te efetivaste porque nunca concorreste para longe. Sabendo tu que nos concursos para efetivação sempre concorreste a todo o país e regiões autónomas e nunca conseguiste lugar de quadro porque nunca abriram vagas que a ti chegassem, ou mesmo a ninguém, porque nem uma foi aberta sem que se fechassem dez, porventura não sentiste vontade de esmurrar as galinhas mimadas que acabaram de te insultar?

Exercício 9 - Ao fim de vinte anos de profissão mal paga para que outros tivessem o seu conforto garantido nas escolas, ainda continuas a achar que te respeitam, governos, sindicatos dos professores do quadro e os bloggers da praça com clientela fixa?

Exercício 10 - Levas com umas falinhas mansas de um cavalheiro dono de um blog que cresceu à luz da contestação dos professores do quadro à avaliação de desempenho em 2009, que nada de mal tem que assim tivesse sido, mas que se esqueceu da sua condição anterior de contratado para aconselhar os desgraçados como tu a repensarem o futuro profissional aos 46 anos de idade. Quando ouviste o gajo dizer que os contratados estão tramados, que não há solução, que nem vale a pena lutarem por uma vinculação porque nunca a hão-de ter, não te pareceu que a figura queria era evitar que lhe esvaziassem a pança?

Exercício 11 - Não achas do diabo que a figura mediática nos canais fechados aconselhe os professores contratados a aceitarem a sua desgraça, sem reagir, baixando os braços, dando margem para que depressa os do quadro voltem às progressões na carreira, enquanto tu e a tua mulher, contratados há mais de vinte anos vão percorrendo o caminho da miséria? Não te apetece mandar a figurona a lado nenhum, mesmo correndo o risco de seres um menino muito mal educado?

Exercício 12 - Sê lá sincero se vires que consegues! Não achas que, não bastando sindicatos que te negaram a defesa durante vinte anos e governos que agradeceram a esses mesmos sindicatos mantendo os seus dirigentes e a prole por muitos e bons anos no poleiro, os "independentes", digo os bloggers, te deveriam defender com unhas e dentes?! Ainda pensas que eles são todos por ti? Quando vais começar a passar-lhes ao lado e seguir as tuas convicções na tua luta pela vinculação, pelo respeito pelo teu passado profissional,  pelo alimento dos teus filhos, pelo teu bem estar, pela tua dignidade?

Nota: Este caderno de exercícios não engloba soluções para os problemas apresentados. O aluno deve resolvê-los com o rigor necessário para mudar de vida!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mais uma Guinotada. Mais uma vez o Guinote não esteve bem!

Depois de meia dúzia de verdades acerca da situação dos professores contratados o Guinote sai-se com esta:
“Estão entregues a vós mesmos e, o mais certo, condenados ao desemprego ou a uma readaptação profissional. Só terão lugar, de um modo significativo, no “sistema” quando forem aposentados tantos professores dos quadros que  seja necessário recorrer a mão de obra docente mais barata e precária, na altura já com uma estrutura de carreira diversa da atual, com uma margem de progressão bem menor e mais lenta. A prova de ingresso é apenas um fait-divers para eliminar (ou desencorajar) candidatos à docência e aos concursos por forma a não surgirem notícias de dezenas de milhares de profissionais qualificados no desemprego. Como com os doentes terminais que é melhor saberem a verdade do que serem iludidos, penso que não há maneira de eu colocar a coisa de forma mais clara, e vocês sabem que é verdade: estão lixados, mal pagos ou desempregados e vão ter de, infelizmente, organizar a vossa vida tendo isso em conta. O vosso único trunfo a médio prazo é a vossa fragilidade: serem precários e baratos para o orçamento do Estado.”


Ou seja, o Guinote basicamente, de forma velada, está a tentar encorajar os professores contratados a baixarem os braços e a aceitarem a desgraça!
Ou seja, solidariedade zero, exigência de uma vinculação justa, zero!

 Não, o vosso destino é este agora amanhem-se porque eu já estou no quadro. Vocês vieram depois, agora reconvertam-se, e não disse, mas é quase como se tivesse dito:
 EMIGREM Ó RASOS!

Não Guinote, apesar de misturares algumas verdades com o desincentivo à luta, o que mostra alguma lucidez maquiavélica, fazes-lo da pior forma ao pintares o cenário de negro,  como se essa luta digna fosse contra moinhos de vento.

Não Guinote, ninguém deve vender ilusões, mas sim lutas, corpo a corpo se necessário, porque a razão está do lado de quem anda precário, descartável há demasiado tempo, muitos há vinte e mais anos.

Vais dizer que só quiseste tirar ilusões aos colegas que penam há tanto tempo numa angustiante luta diária pela sobrevivência profissional.

Tens razão em muitas coisas que dizes, mas no que se refere aos colegas contratados, estás definitivamente desfasado da realidade. Há muitos colegas que querem lutar por todos os meios para verem ser feita justiça à sua condição de contratados vitalícios.

 Não ajuda nada, e nem sei se é esse o objetivo, vires com essa de que os braços devem cair e pronto, é esquecer a profissão e os filhos para dar de comer!

Não achas que estás a insultar a inteligência dos milhares de professores contratados  ao vires com essa análise catastrófica de desincentivo sabe-se lá a troco de quê?!

Como costumas usar uns termos portuguesóides quando te referes aos teus “inimigos”, tipo Ramirílios”, acabo de inventar um termo a inscrever nesse dicionário que não é o meu, mas não me deixas alternativa: Guinotada.

 E esta, a do abaixamento dos braços dos professores contratados, do deixa andar que não há remédio, é definitivamente uma grandessíssima Guinotada!

Só faltava mais esta vir um professor do quadro, bem instalado, incentivar os colegas contratados a nada fazerem para defenderem o seu emprego, a sua vida!

Ó Guinote, mais uma destas e começo a achar que estás feito com os Ramirílios!

Não brinques às escondidas misturando as constatações, as evidências com o desincentivo à luta. Como dono de um Blog da praça, devias aproveitar para ajudar nesta luta pela vinculação e não desincentivar. Mas não é isso que realmente queres pois não?!

Devias explicar o porquê deste teu trôpego discurso e não refugiar-te em conselhos aos colegas contratados para se inibirem de lutar. Esse não é o caminho!

  

A famite do Guinote - agora que já não é professor "raso" (contratado)

Quando a fama sobe à cabeça!
Guinote: "O Arlindo fala no conflito – espúrio – entre professores de QA/E e de QZP. É aquele tipo de conflito – um pouco como entre contratados e “do quadro” – que me parece absolutamente idiota e digo já, sem problemas de ser criticado, que muitas vezes é servido por argumentos idiotas, irracionais e com escassa fundamentação séria, sobrando em eu-eu-eu o que falta em objectividade."

Jorge Costa, o "COSTA" do Guinote!:
"ó Guinote, entendo que não é assim que se tratam os professores contratados, com esta argumentação manifestamente infeliz da tua parte. De facto, não há nenhuma guerra entre professores contratados e professores do quadro, nem há argumentos idiotas nesse sentido, ou então as tuas leituras estão enviesadas de objetividade. Não deves ter uma perspetiva de que os argumentos usados são contra os professores do quadro. E aqui vai uma crítica agora a ti se me permites. Quando convidares alguém para ir falar a um encontro por ti organizado sobre os professores contratados, não deves abandonar a sala quando se vai falar do problema destes professores injustiçados por tanta hipocrisia quer de organizações sindicais quer de governos, senão ficas com ideias erradas como esta de que os contratados estão contra os do quadro. E a idiotice de que falas está de que lado? Do lado de quem se instala e já não se lembra que em tempos também foi contratado ou do lado de quem defende com argumentação racional a vinculação dos professores contratados, muitos há mais de 20 anos. É ou não um problema que te preocupa Guinote?! O que tens feito para resolver o problema dos contratados? Ou vais continuar a olhar para o teu umbigo?!"

O Guinote irrita-se e diz:
"Quem disse que os argumentos idiotas são apenas de uma parte?
Reler para entender o que foi escrito, com pouco tempo e banda estreita.
Os argumentos são idiotas de vários lados.
Confesso que deixei de ler quando a argumentação resvalou para coisas perfeitamente sem sentido, escusando-me eu de enumerar o que fiz ou deixei de fazer como professor raso em prol dos colegas contratados.
Claro que eu poderia sempre fazer uma coisa muito gongórica e dada a contactos internos e externos mas com nulos resultados práticos.
Mas isso não faz o meu género e, para além disso, não quero tirar o papel específico a ninguém que se sente muito importante com a obra “feita”.
Percebeste, Costa?"

E o Costa, o Jorge, responde e já não quer perder mais tempo a responder a mais nada, porque já não é preciso:

"Percebi Guinote, percebi! A importância deixo-a contigo que andas lá pelas televisões. Mas percebo que não é fácil admitir a obra feita de quem realmente a faz e não fez de conta. É óbvio que estás numa outra galáxia que não a defesa dos professores contratados. Que pena não aproveitares o tempo de antena que te vão dando para os defenderes. Mas percebo que é desconfortável defender os mais fracos sem superficialidades. Esse papel não cabe a qualquer um, é necessário uma grande dose de solidariedade. Quanto à importância, percebo que a dos outros incomode os mais narcisistas. A mim não me incomoda nada, porque na realidade somos todos muito importantes, cada um com a inteligência que tem.
De resto Guinote, já deu para perceber a tua posição sobre estas questões, e esse objetivo acaba de ser ganho." 

FIM

Tirem as vossas conclusões se assim o entenderem.

JORGE COSTA

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O post post mortem: A inconveniência inconveniente - uma tentativa ingénua de silenciamento deste blog nos bastidores. A mãozinha trémula da censura e a pequenez mental dos trogloditas do tricô!


Terei de falar por código. Tal como no tempo da ditadura não democrática, nesta de agora chamada Demos Crática, temos a mesquinhês instalada desde as escolas até ao MEC, num abraço maligno de amplitude da malha de tricô, não mais que isso pela característica genética dos envolvidos.

Disse no último post que me ficaria por aqui ao fim de um ano de defesa intransigente dos professores contratados que, em termos gerais, o são há mais de duas décadas sem que os atores sindicais e do poder político enveredem pela via da resolução deste penoso problema social que afeta a classe profissional mais xingada de sempre em Portugal.

O braço do polvo político chega longe, e os imortais sentem o sabor da vitória quando decidem interferir em processos naturais de pensamento necessários à resolução das injustiças sociais. Há professores nas escolas com conhecimentos na política por via das amizades feitas ao longo das conversas de maldizer. As coisas funcionam assim, pois funcionam, tal como esperávamos que funcionassem. Mas quisemos ter a certeza e o engodo foi lançado. E caíram com muita facilidade com a máscara também a cair, e como deu gozo vê-la cair Deus meu Nosso Senhor!

 Mal sabem os abutres da vingança que esta velha carcaça se há-de levantar de novo no esplendor de Portugal, para Educar, doa a quem doer, meta medo a quem meter, gema quem gemer!

Este lado não se cala para ter, pura e simplesmente porque já nada importa o ter, muito mais o ser!

Fui muito inconveniente ao longo deste tempo, sim é claro, tinha de o ser, em consciência tinha mesmo de o ser!

Não brinquem ao faz-de-conta pois isso nunca resolverá o problema dos professores em Portugal, principalmente dos que sentem as agruras do mal viver, os professores contratados, muitos já de cabelos brancos, todos!

Fico contente por terem recusado o que pensavam ser mais tempo para o inconveniente escrever contra a vossa pança, pois dá-me mais garra para continuar a dizer o que deve ser dito, sem qualquer constrangimento que na realidade, ao contrário da fértil imaginação dos decisores, nunca existiria de uma forma ou de outra.

Esta forma de escrita inconveniente mete medo a muita gente, em todos os quadrantes, desde os que pernoitam nas micro-organizações até ao cimo. O medo é deles!

Jamais me calarão, nunca lhes darei tréguas. Foi isso que acabaram mais uma vez de pedir!

Pela liberdade de expressão, por uma conveniente inconveniência!

Jorge Costa

sábado, 10 de agosto de 2013

O OUTRO LADO DA DISCRIMINAÇÃO ENTRE PROFESSORES: quanto vale um professor contratado, quanto vale um do quadro – a filosofia sindical vigente!

Um professor contratado depois de vincular:

- deve concorrer sempre numa prioridade atrás de um do quadro, mesmo que tenha mais tempo de serviço e melhor graduação profissional;
- pode ser avaliado por outro professor do quadro mesmo que este último tenha menos tempo de serviço mas como já progrediu em bom tempo está a frente;
- pode depois de vincular, apesar de ter penado como contratado 20 anos com baixos salários, ficar a ganhar menos, mesmo tendo mais tempo de serviço que outro professor do quadro.
- podem ser ultrapassados por professores de outros grupos disciplinares mas efetivos e que queiram mudar para o grupo disciplinar do atual professor contratado.


Na filosofia sindical vigente, um professor do quadro que lhes paga quotizações, é intocável e por isso deve ser protegido dos malefícios de um concurso justo em que contratados e atuais professores de quadro concorram no concurso interno em pé de igualdade. Basicamente, na perspetiva sindical os professores contratados nunca foram para defender verdadeiramente, e por isso passaram onze anos desde que a Diretiva 70/99/CE deveria ter sido alegada por organizações sindicais, e nada fizeram, porque sempre acharam que o bolo devia ser só para os do quadro. E o medo que o bolo não chegasse para todos levou a onze anos de esquecimento e a outros tantos de faz-de-conta!


No fundo, neste país sindical medíocre, sempre houve dirigentes, até mesmo e sobretudo ligados a partidos que teoricamente defendem a igualdade, que entre os professores, depressa e sem um pingo de vergonha e coerência, estabelecem que os deve haver de primeira e de segunda.

Assume-se que é normal que assim seja. Uns com um estatuto superior a outros! E porquê? Porque pagam quotas! Ou seja, as organizações sindicais estão-se marimbando para a justiça social, o que verdadeiramente lhes interessa é garantir o seu sustento!

Portanto tudo é uma questão monetária! E o MEC está a deixar enredar-se pelas organizações sindicais em prol de uma podre paz social.

O MEC comete um erro grave nesta cedência ao lobby sindical!... O futuro irá confirmá-lo.

(Post repetido para que a luta continue contra a manutenção desta grave situação de injustiça!)

Sabe bem dar notícias destas. A ver vamos se é para valer!

Investigadores cubanos estão em estágio avançado de desenvolvimento de um novo tratamento contra vários tipos de cancro que, segundo eles, não provoca os fortes efeitos colaterais dos tratamentos tradicionais e tem um índice de êxito muito acima do normal. O anúncio foi feito na capital do país, Havana, por José António Fraga, diretor-geral do grupo empresarial Labiofam, que desenvolve o novo produto.

De acordo com Fraga, após 14 anos de exaustivas pesquisas e testes pré-clínicos, conseguiu-se desenvolver uma nova gama de peptídeos (um tipo de molécula) criada por via biotecnológica que atua exclusivamente sobre as células cancerígenas, não afetando as demais, o que permitiria evitar o uso dos atuais citostáticos, e que tem um efeito surpreendentemente impactante. Em testes já realizados com ratos, um desses novos peptídeos criados em laboratório, o 'RJLB-14', provocou a redução dos tumores em 95% em apenas nove dias de tratamento e em vários casos até a erradicação total da doença.

Fraga afirmou que não está a criar falsas expectativas a pessoas que hoje enfrentam o cancro, mas sim a anunciar resultados concretos de estudos minuciosos e que o produto já está na fase de testes de toxicologia, para que, em 2014, seja pedida autorização para testes em humanos.

Para acelerar a chegada ao produto final, o grupo empresarial que desenvolve os novos peptídeos marcou para 18, 19 e 20 de setembro em Havana um grande simpósio internacional, no qual pretende compartilhar os dados já conseguidos e espera receber contribuições de pesquisadores de outras partes do Mundo para aprimorar o novo tratamento e fazê-lo chegar o mais rapidamente possível ao mercado.

in Correio da Manhã

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Exame a professores - UMA QUESTÃO DE MAU GOSTO!


Continua a sonhar-se acordado ou a ocupar a opinião pública com coisas sem importância para afastar pensamentos relacionados com a dor social de precariedade escrava dos professores contratados, muitos há 20 a 25 anos, roubados no salário, na saúde, no contacto com os seus pela mobilidade permanente a que têm estado sujeitos.
Isto é uma guerra? É pois!
Vem tu também defender-te e aos teus, pois os aprendizes de governantes o que querem mesmo é que tu não contes. 
QUEREM MESMO É POR-TE FORA!

E tu não vais deixar POIS NÂO?! É que eles fazem-no e de ânimo leve!

Carrega no Link, mas não te fiques só pelo click...!





quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ora cá está. Já só faltava mais esta! Mas ainda acham que os professores estão a dormir? Imaginem agora quem seriam os primeiros a levar por tabela. É curioso, mas seriam os próprios aprendizes de governantes!


"O Governo prepara-se para alterar de forma substancial as regras de financiamento do ensino particular e cooperativo, criando novas formas de contratualização entre o Estado e as escolas privadas. Uma das novidades é a introdução do contrato simples de apoio às famílias, o que abre a porta à introdução do cheque-ensino na escolaridade obrigatória. A medida consta da proposta de alteração ao regime jurídico do ensino particular e cooperativo, que está na fase final de discussão com os parceiros.

O projecto de decreto-lei do Ministério da Educação e Ciência (MEC) prevê cinco modalidades de contratos entre o Estado e as escolas particulares: contratos de associação, patrocínio, cooperação, desenvolvimento de apoio às famílias e contratos simples de apoio às famílias. Estes últimos têm por objectivo “apoiar a frequência de escolas de ensino particular e cooperativo por parte de todos os alunos do ensino básico e do ensino secundário, não abrangidos por outros contratos”, lê-se no documento a que o PÚBLICO teve acesso.

Esta medida abre a porta à possibilidade de introdução de cheques-ensino, que tem vindo a ser debatida nos últimos anos e que dá às famílias a possibilidade de escolherem a escola em que querem colocar os seus filhos, independentemente de estas pertencerem à rede pública ou ao sector particular e cooperativo. A proposta do Governo não descreve, porém, como será garantido este apoio, se entregando o dinheiro às famílias ou directamente aos estabelecimentos de ensino".

In Público


Comentário:

É óbvio que isto é para desviar atenções, porque, caso contrário, estas aberrações nem sabem no que se estão a meter ao enfrentar os professores e a população esclarecida deste país. Andam pelo governo uns sonhadores que pensam que uma vez chegados ali com segundas intenções, agora só têm de as pôr em prática para, uma vez saídos do poleiro, montarem ou ajudarem a montar com lucros evidentes, os seus colégios particulares ou engordarem os que já existem e que são dos amigos ou da família nem que seja só da política.
Mas será que estas criaturas sonhadoras julgam mesmo que vão impor os seus interesses à população, a toda a população inclusive àquela que tem o poder para os pôr de joelhos, como é a classe dos professores?
É assim ou metem juízo na cabeça, ou começa aqui uma guerra que vos vai custar o poder que ainda detêm após o auto-golpe de Estado de papelão para que tudo ficasse na mesma, a teatrice com encenação de muito mau gosto do grande chefe, cozinhada para que tudo continuasse na mesma,e que aparentemente iludiu uma parte dos que votaram neles. Uma parte. porque a outra, a que vai mudando de opinião, a flutuante, essa anda a sentir no bolso as agruras da crise, essa já não anda a dormir pela dor que lhes dói... já andou, agora já não anda!

Portanto os meninos do coro que se cuidem. Nada de ideias revolucionárias nesta fase!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Da hipocrisia de alguns professores dos quadros à injustificada baixa auto-estima dos professores contratados


Porque é que os professores contratados se têm deixado xingar por alguns professores bem instalados nos quadros, sendo frequentemente humilhados por estes, embora, e felizmente, acarinhados por muitos outros igualmente do quadro?

Há nas nossas escolas um conjunto de lambe-botas sempre tão agarrados ao preconceito de que aqueles que não estão nos quadros são o povo, a ralé, e “nós” a nobreza!

Não é raro ouvir no meio das conversas do cochicho, “é contratado!...” , como se essa fosse uma condição menor, que de facto o é, mas no salário e na instabilidade, não na dignidade e no valor enquanto profissional.

Estas galinhas de capoeira escolar, tresandam a arrogância, um mau odor adquirido pela condição a que chegaram, esquecendo-se da sua condição de mortal ou fazendo por isso, para na sua pequenez mental acharem que um contratado não deve sequer falar nas suas reuniões para não incomodar os demais, em particular a “nós que somos do quadro”, o mesmo é dizer “que atingimos um estatuto superior, enfim o limbo!”.

O problema destas atitudes de xenofobia profissional (o mais correto seria dizer amadora tal é a dimensão intelectual microscópica desta galinhagem!) não está nos professores contratados nem nos muitos professores dos quadros às direitas, o problema está nas pessoas com estupidez crónica pela sua baixa capacidade intelectual no que se refere à sensibilidade em geral, e devido à sua baixa auto-estima que lhes faz bater nos que têm um vínculo mais fraco, nos que estão a prazo, como se nesta vida não estivéssemos todos a prazo! O problema está também mais acima no poder, em quem nos desgoverna, muitos deles também saídos dos meios académicos onde se pisa com precisão os de vínculo mais fraco. As bestas chegam mais facilmente ao poder do que os justos, precisamente porque são bestas. Mas, também há os justos que lá chegam, mas que são rapidamente silenciados por quererem demais segundo os dominantes.

Assim, as mentes mesquinhas, que é sempre bom lembrar, as que a terra também há-de comer como qualquer um, enxameiam as nossas escolas com os seus ferrotitos afiados apontados aos mais fracos, aqueles que segundo esta estirpe viral são gente menor, gente contratada que não fica e por isso deve ser humilhada. “E Deus nos livre de esta gente um dia entrar para o quadro, então é que nunca nos descongelariam” , dizem, como já ouvi, entre si! Mas será que esta gente algum dia teve o seu pequeno cérebro descongelado?!

Será que esta gente não se lembra de quando entrou numa escola pela primeira vez?

O pior disto tudo é que gente como esta também se meteu nos sindicatos dos professores efetivos, a par de alguns justos, felizmente, mas a história repete-se…

Infelizmente há muita gente nos meios sindicais que voou diretamente da sua arrogância em relação aos professores contratados na sala de professores para a manifesta hipocrisia sindical com lugar garantido por muitos e bons anos de boa vida. Uma vez aí chegados, a luta vai num só sentido: professores do quadro de escalões superiores são para defender, os dos escalões mais baixos que se amanhem (veja-se o que foi feito na avaliação de professores ao exigir-se tudo àqueles que estivessem abaixo do 4.ºesc. e quase nada aos que estivessem acima!);
"- os professores contratados, é pá esqueçam, sempre podemos fingir que os defendemos, mas temos consciência que somos sindicato de professores efetivos. Ora se até com esses fingimos que os defendemos na totalidade, íamos lá agora defender os desvinculados. Isto não é para se dizer, mas uma greve por uma causa de contratados, nunca! Isso era a nossa desgraça!"
 Dizem-no ou não entre eles, ou pensam entre eles, ou piscam o olhos e não agem, mesmo sabendo que poderia ser uma greve eficaz nem que fossem só alguns dos contratados a fazê-la, como por exemplo uma greve às avaliações no final de ano a exigir uma vinculação extraordinária justa de quem anda nisto há muitos anos, em que bastaria um único professor a fazê-la para um CT não se realizar!

“Alguma vez, enquanto sindicatos dos professores efetivos iríamos fazer uma desfeita destas aos nossos associados mais conservadores. E depois, ai Deus nos livre de estes contratados entrarem nos quadros, vão-nos passar à frente em tudo, vão ocupar os nossos carguitos nas NOSSAS escolas, vão congelar-nos para o resto da vida, vão passar-nos à frente nos NOSSOS concursos, vão começar a falar mais alto na nossa presença!...

DEUS NOS LIVRE E GUARDE!”


Colegas, professores contratados, abram os olhos, apesar de termos muitos colegas de quadro às direitas, seguramente solidários connosco, há uma minoria que também assume cargos sindicais que vê a efetivação dos professores contratados como uma forte ameaça para eles e para os seus, que tudo farão para evitar uma entrada nos quadros em massa de professores contratados muitos há 10, 15 e 20 anos. E o pior de tudo é que muitos há que infestaram os sindicatos com estas ideias de xenofobia de âmbito socioprofissional, de apartheid no seio da classe docente.


E tu, vais continuar a descontar para quem te trama a vida dizendo que te defende!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Esta Cratinice pode custar caro!

Nos últimos tempos, muito se tem falado da prova de acesso à carreira docente ficando com isso ofuscada uma decisão do Ministério da Educação e Ciência que colocará grandes dificuldades ao início do ano letivo e que irá resultar numa grande despesa desnecessária para o Estado.

No comunicado do MEC no dia 22 de Julho de 2013 (http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministerio-da-educacao-e-ciencia/mantenha-se-atualizado/20130722-mec-concurso-docentes.aspx) consta o seguinte:

“Os candidatos externos (contratados) fazem a manifestação de preferências para o concurso de contratação inicial no princípio de agosto. Por forma a haver melhor aproveitamento dos recursos humanos das escolas, a colocação de docentes contratados para as necessidades transitórias serão conhecidas a partir das reservas de recrutamento, sendo que as primeiras decorrerão no início de setembro, com efeitos para a contagem de tempo de serviço a 1 de setembro para os colocados.”

Esta decisão levará a que a contratação de professores ocorra por volta do dia 12 de setembro e não no dia 1 como acontece há mais de 10 anos.

Estando o início das aulas previsto para as datas entre 12 e 16 de setembro é óbvio que muitos alunos começarão o ano letivo sem vários professores ou com professores que acabaram de chegar a uma escola com procedimentos, regulamentos e instalações que não conhecem, não tendo estado presentes nos conselhos de turma de preparação do ano letivo, num meio social desconhecido e sem possibilidade de serem integrados convenientemente pelos colegas pois, com as aulas a decorrer, é muito difícil apoiar quem chega de novo.

A juntar a estas dificuldades, que terão como principais prejudicados os alunos, julgo que a parte financeira também é importante. Esta medida trará um grande prejuízo ao Estado. Não sendo nem economista nem contabilista, passo a explicar o raciocínio que me leva a chegar a esta conclusão:

Um professor contratado, com horário completo recebe 1373,13€ brutos por mês. Se for para o desemprego nos 12 dias do início de setembro receberá 375€ (65% do ordenado) de subsídio de desemprego. Se estivesse a trabalhar receberia 531€. Com isto o estado poupa 186€. Mas como terá de pagar a compensação dacaducidade do contrato terá uma despesa de 915€ (que não teria se a colocação fosse a 1 de setembro). Isto dá um prejuízo ao estado de 729€ por cada professor nesta situação. Tendo em conta que em maio de 2013 existiam 16.477 professores com contrato a termo certo no MEC mesmo baixando esse número para 10.000 o valor do custo desta medida passará os 7 MILHÕES de Euros (7.290.000€).

Isto sem falar nas despesas relacionadas com as inscrições em centros de emprego e processos de subsídios de desemprego que não existiriam se a colocação fosse no dia 1 de setembro (tratar de mais 10.000 processos que seriam desnecessários também deve ser contabilizado como desperdício, ou não).

Podemos juntar ainda o facto dos subsídios de férias dos 8 primeiros meses do ano de 2013 terem de ser pagos em setembro e não em novembro como está previsto e também o caos que criará às contratações das escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) que já decorreram de forma caótica no ano anterior e que com este atraso ainda terão mais problemas.

Todos estes gastos desnecessários juntamente com todas as dificuldades criadas ao normal funcionamento das escolas no início do ano letivo com o objetivo de “… haver melhor aproveitamento dos recursos humanos das escolas…”.

Gostava de saber que recursos humanos não foram devidamente aproveitados nas escolas nos últimos anos ao ponto de levar o MEC a tomar esta medida?!

Helder Pereira da Costa
(Professor contratado desde setembro de 2001 e com contratos consecutivos desde dezembro de 2002)

(retirado do blog do Ar Lindo)

ÉS CONTRATADO - POIS TIRAM-TE O LUGAR!


COLEGA CONTRATADO, É PÁ, ACORDA, ELES ESTÃO A TRAMAR-TE!


Já viste o que está prestes a acontecer-te:
- Acréscimo de horário na Função Pública, és contratado, tira-te o lugar!

- Reconversão profissional, o mesmo é dizer, um professor efetivo de outro grupo pode ir para o teu, és contratado, tira-te o lugar!
- aumento do número de alunos por turma, és contratado, tira-te o lugar!
- Ficas adormecido à espera que as coisas melhorem, mas a Troika, como és contratado, tira-te o lugar!
- É pá, parece que te estão a tramar e tu não reages, pois assim tiram-te o lugar! e não lhes dás trabalho nenhum para o fazerem, ficas calado, sem protestares, numa inércia a ver se os outros contratados lutam por ti. Assim colega, como és contratado vão-te despedir e vais ficar deprimido por não teres o conforto que merecerias se lutasses, tu e os teus. Está na hora de mudares de vida. Não, não te estou a incentivar a emigrar. Não! estou a incentivar a lutares por ti e pelos teus. Não vês o que te espera se ficares parado?! tens uma Associação que precisa da tua força para lutar por ti e pelos teus, mas para isso tens de te associar e não esperar que façamos tudo sozinhos sem o teu apoio. Também ainda trabalhamos como tu, temos famílias para sustentar, lutamos até agora por carolice pois ninguém avançava para a constituição de uma associação que nos defendesse. No mínimo o que podes fazer pela nossa causa comum é associar-te à ANVPC, e ajudares à nossa luta. Por uma cota simbólica mas que poderá fazer toda a diferença, tu podes dar-nos a força que precisamos para lutarmos por ti, pois até ao momento muitos dos gastos com deslocações para falarmos com quem de direito que poderá resolver ou ajudar a resolver o nosso problema têm sido feitas por nossa conta pessoal. Há procedimentos que implicam gastos e que não podemos continuar a suportar. Se queres continuar a ter uma associação que te defenda, que exija a tua vinculação segundo a lei que é aplicada ao setor privado, ou seja, ao fim de quatro anos de exercício da profissão no setor público têm de te efetivar, então vai a www.anvpc.org e associa-te.
Achas que tens estado a ser bem defendido pelas organizações sindicais?! É pá, mexe-te, ajuda-nos a lutar também por ti!


Todos Juntos, Todos Vivos!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

RECLAMEM DO QUE VOS QUEREM FAZER! - Os professores contratados deviam todos ter este sangue na guelra! - RECLAMEM DO QUE VOS QUEREM FAZER, JÁ!

De uma colega que fez o que todos os contratados deviam fazer!

“Para:

Reitoria da Universidade do Minho

Escola de Ciências da Universidade do Minho

(Presidência, Conselho Pedagógico, Departamento de Biologia, Departamento de Ciências da Terra)

Instituto de Educação da Universidade do Minho

(Presidência, Conselho Pedagógico, Departamento de Ciências Sociais da Educação, Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa, Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didáctica e Supervisão, Departamento de Teoria da Educação e Educação Artística e Física)


Exmos. Srs.

Sou Filipa Carvalho, Licenciada em Ensino de Biologia e Geologia pela Universidade do Minho, desde 30 de maio de 2005.

No suplemento ao diploma quanto aos requisitos do programa de estudos pode ler-se:

“A Licenciatura em Ensino de Biologia e Geologia é um curso de formação de professores de Ciências Naturais para os Ensinos Básico e Secundário.

O curso fornece uma preparação científica específica nas áreas da Biologia, da Geologia e das Ciências da Educação.

No 5º ano do curso efectua-se o estágio pedagógico em escola básica ou secundária”.



No mesmo documento, no ponto que concerne à função da qualificação, relativamente ao estatuto profissional pode ler-se:

“A Licenciatura é reconhecida pelo Ministério da Educação como uma licenciatura profissionalizante para o Ensino de Biologia e Geologia – 3º Ciclo e Secundário. Em todos os cursos os licenciados podem leccionar no grupo de docência em que a prática pedagógica/estágio tenha sido efectuada.”

Posto isto, venho pela presente indagar junto dos órgãos responsáveis pela Universidade do Minho, bem como às Escolas e Departamentos nas quais a Licenciatura em Ensino de Biologia e Geologia se integra,qual a vossa posição face à intenção do Ministério da Educação e Ciência em exigir aos professores com habilitação profissional a realização de uma prova de avaliação de conhecimentos, capacidades e competências, para permitir o acesso ao exercício da profissão?

A mesma questão é extensível às demais licenciaturas em ensino ministradas pela Universidade do Minho, no âmbito da formação inicial de professores.

Para além de colocar em causa a qualidade científica e pedagógica dos docentes, a intenção de realizar esta prova coloca em causa a idoneidade e qualidade dos docentes, departamentos e escolas, em suma de toda a Universidade, no processo de formação inicial de professores.

Assim sendo, gostaria de exigir sobre esta questão uma tomada de posição clara e objetiva, por parte da instituição que foi responsável pela minha formação, a qual eu pessoalmente nunca pus em causa e para com a qual sempre cumpri com as minhas responsabilidades.

A exigência desta prova põe em causa a formação inicial de professores que foi ministrada nessa Universidade durante dezenas de anos. Tal facto deve merecer pelos responsáveis, passados e presentes, atenção, reflexão e ação, de modo a não defraudar as expectativas de todos quantos obtiveram a sua formação e qualificação profissional na Universidade do Minho, confiantes de que a mesma era sinónimo de qualidade e reconhecimento.
Subscrevo-me com estima e consideração,

Filipa Adriana Vieira de Carvalho

Nota: reservo-me o direito de divulgar esta carta pelas vias que entender apropriadas, esperando que a mesma sirva para uma reflexão e tomada de posição sobre a prova de ingresso à carreira docente”.

domingo, 4 de agosto de 2013

Cheira-me que os professores contratados vão ficar à espera do dia 23 de outubro para receberem o seu salário incompleto do mês de setembro - é preciso pressionar o MEC para que tal não aconteça - Adivinha: o que é que disseram a FNE e a FENPROF sobre isto?



NADA!

Fim de post

Sim, eu sei, foi em setembro!



Nota curta: Este foi o post mais simples que publiquei até hoje, seguramente o mais doloroso de publicar, mas também de ler para os professores contratados que o lerem, pelo despertar de alguns para o pesadelo, sobretudo para aqueles que vivem já no limite do aceitável ou abaixo disso, muito abaixo!

Há três tipos de professores contratados: os que se mexem, os que estão quase a mexer-se e os que nunca se mexerão!

A classe docente, em dias de greve, sobretudo quando exclusiva de professores, tem destas coisas. Os que aderem, ficam quase sempre calados, com medo de magoar os colegas e assim criar eventualmente inimizades prejudiciais ao bom clima na escola. Os que estiveram quase a aderir, quase, quase, quase, mas que, há última hora, por uma razão absolutamente fantástica, transcendente, quase mirabolante, mas justa segundo os próprios, os leva a não fazer greve – a sensação de que não vale a pena! Neste caso, a argumentação segue-se em catadupa aborrecendo os ouvidos dos que fazem sempre ou quase e dos que nunca fazem. Mas, falta-nos falar precisamente destes que nunca fazem. Não fazem porque não fazem! Uma verdade afirmativa incontornável. Não faço, nem quero falar disso! No dia da greve, evita passar pela sala de professores, refugiando-se pelas salas vazias nos intervalos, e só metendo o braço na sala de professores por entre uma porta entreaberta a custo para sacar como um relâmpago o tão desejado livro de ponto, sem mostrar a cara aos demais fura greves, que só o reconhecem pelas riscas da manga da camisola, para que ao outro dia não seja apontado ou abordado para falar sobre a sua opção de sempre.
Mas, havemos de convir que as greves não são sagradas e os professores, tal como qualquer profissional, não as deve seguir cegamente sempre e a qualquer hora. Os argumentos de quem convoca uma greve devem ser o suficientemente fortes para convencer os demais a fazê-la. Porém, há momentos em que o orçamento dos professores é tão apertado que quase impossibilita a realização da greve. Disse quase, não disse impossibilita. Com um pouco de ginástica mental, será possível fazer um corte em determinadas componentes do orçamento familiar para fazer uma greve. Toma-se metade dos cafés, fuma-se menos uns cigarritos, não se vai naquele mês ao Jardim Zoológico que os macacos não se aborrecem e a coisa vai!
Quanto ao que nos traz aqui, os três tipos de professores contratados, os que se mexem, foram-no sempre em número residual, aliás fazendo jus ao epíteto “necessidades residuais”. São uma espécie de Dons Quixotes a lutar contra gigantes - os sucessivos governos, que, raios, se reproduzem como coelhos desalmados sempre com a mesma linha genética antiFP (FP = Função Pública!). Estes professores lutaram quase sempre isoladamente, embora com grande convicção, pelos seus direitos. E sempre esbarraram na arrogância dos coelhos, na inércia dos convocadores de greves, e na letargia dos outros colegas contratados.  Bom, depois há os tais colegas contratados que quase se mexem (que são a maioria(?) ou quase!), e que só estão à espera de um impulso que os façam mexer. Isolados na sua melancolia, ainda não se aperceberam que a depressão provocada pela precariedade laboral se resolve em grupo, em que tu sendo igual a mim na situação em que estás, me vais dar força e eu a ti, e juntos daremos ainda mais força a outros que a replicarão aos demais colegas contratados, numa onda de cura de depressões provocadas por  graves precariedades laborais. Agora, ficar parado, em casa ou em frente à escola à hora dos ex-colegas efetivos entrarem é que não! Chamem-nos Clube dos Contratados Anónimos, ou o que quiserem, mas que raio, o que é melhor?...
Quanto ao terceiro tipo de professores contratados, os que nunca se mexerão, desculpem, mas são os parasitas do sistema. Passo a explicar: não fazem greves, têm medo de tudo, julgam que a coisa está garantida por pouco que seja, estão muito bem considerados pelas direções das escolas, e não pensam grande coisa acerca do futuro que não promete!
Assim, só podemos contar com os primeiros e com a segunda classe de professores contratados. Portanto o trabalho está em convencermos este segundo tipo de professores. Apostaria que nem os vamos precisar de convencer. É só esperar pelo dia 1 de Setembro!

(Post autor Jorge costa - publicado há um ano mas atualíssimo.)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O PROFUNDO SONO DO HIPÓCRITA - um estudo de caso perdido!

Não é nova esta informação dada de que uma criatura política dorme descansada no conforto do seu lar, sem sobressaltos provocados pelo gemer da vizinhança com fome física e a outra, a de sentir viver com alguma dignidade.

A besta dorme, sem se importar com as crianças que vão para a escola com fome.

A besta dorme bem com o sofrimento daqueles que precisam de trabalho e não o encontram, aqueles que encontram sim somente a depressão que os consome em pouco tempo.


A besta não acorda quando tinha de acordar, limita-se a dormir em cima daqueles cujo peso da vida má lhes tritura o coração ao ver os filhos passarem mal.


A besta ressona e faz vibrar a sua sistémica idiotice nas cabeças dos famintos que acabaram de entregar as casas que julgavam poder pagar até ao fim da vida e agora já não têm onde dormir sossegados.


A besta é aparada pelas outras criaturas da mesma estirpe, que orbitam na mesma rota do quadrado, numa trajetória descendente de um mundo austero virado às avessas pelo brilhantismo dos onzeneiros residentes no grande palácio do neo-capitalismo.


Criaturas parasitárias que ronronam em torno do grande líder que vai mostrando as afiadas garras decadentes da ditadurazinha do capote, metendo medo a muito povo, principalmente aos que persistem ainda em dar-lhes ouvidos nas ondas hertzianas, a grunhir certezas esfumadas pelo lesto tempo que passa.


Mas, é quase dia e o povo está prestes a acordar!




Autor: Jorge Costa (post reeditado)

Da lucidez




no Público de
31 de Julho de 2013,

por Santana Castilho*




O ministro da Educação-mercadoria
As coreografias políticas de inferior qualidade, geradas pela irresponsabilidade de Gaspar, Portas, Passos e Cavaco, varreram o importante sério em função do urgente falso. O país viveu as últimas semanas à espera da salvação e acabou condenado. Os pequenos delinquentes políticos foram premiados. Tudo voltou ao princípio. Os mesmos de sempre ficaram satisfeitos. Passos Coelho, qual garoto a quem perdoaram a última traquinice, retomou a sua natureza profunda. Foi escasso o tempo necessário para o ouvir recuperar o discurso de ódio à Constituição e aos funcionários públicos. Sem vergonha, resgatou a União Nacional.


Com tal e eloquente fundo, surpreendem os dias de desespero que Nuno Crato vem laboriosamente oferecendo aos professores e à escola pública? Só a quem tem memória curta. E são, infelizmente, muitos. Atropelam-se os exemplos.


1. Repito o que já escrevi: não houve nem há qualquer concurso nacional de professores. Houve, e continua a haver, um enorme logro. Uma espécie de dança macabra para dividir a classe, tornando mais fácil reduzir e despedir. Navegar por entre a teia kafkiana da legislação aplicável é um desesperante exercício de resistência. Só legisladores mentalmente insanos e socialmente perversos a podem ter concebido, acrescentando sempre uma nova injustiça à anteriormente perpetrada. O caso da Educação Especial é um belo exemplo. De um decreto exigente (nº 95/97), que uns respeitaram, a um despacho permissivo (nº 866/2013), que outros aproveitaram, vai apenas o poder discricionário do pequeno secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar. Professores com formação sólida e prática longa nas diferentes vertentes da Educação Especial estão a ser ultrapassados por colegas, oriundos de outros grupos de recrutamento, com especializações bem menos exigentes e sem prática no sector. Pelo meio, reclamações sobre o mesmíssimo problema decididas pelo ministério de forma oposta, recurso a tribunais e a deputados, que expressam indignação mas nada fazem, e a confiança no Estado reduzida a zero.


2. Nos últimos dias, as escolas foram literalmente abalroadas com a imposição ministerial da redução do número de turmas e cursos profissionais. Trata-se de alunos já matriculados e aceites no pré-escolar, 1º ciclo, cursos de educação e formação e planos de currículos alternativos. A leviandade do ministério, promotor da autonomia das escolas pelo discurso e ferozmente dela castrador, pela prática centralizadora, deita fora o trabalho já feito para preparar o ano-lectivo. Para os poucos professores ainda contratados, adensa-se a negritude do futuro. Sobre o destino a dar aos alunos que escolheram as escolas públicas, só a mente capta de Crato nos poderá esclarecer. Colégios privados? IEFP? Recorde-se ao cidadão incauto, vítima da desinformação que se vai seguir, que isto ocorreu na véspera da publicação das turmas, na véspera da comunicação das necessidades de professores, na véspera dos concursos de Agosto, na véspera da concepção dos horários. Os directores dizem-se chocados. Mas até ao momento em que escrevo, não conheço um só que se tenha demitido.


3. O Estado de direito é constantemente posto em causa pelo Ministério da Educação e Ciência. No caso vertente, que acima citei, o despacho nº 5048-B/2013 acaba de ser incumprido pelo ministro e pelos dois ajudantes que o assinaram. Nada lhes acontece. E o trio ri-se na cara dos directores, professores, pais e alunos.


A 13 de Março transacto, denunciei aqui um caso grave em que o director-geral dos Estabelecimentos Escolares, José Alberto Duarte, foi alvo de queixa disciplinar. Que aconteceu? Gaveta funda do esquecimento. O ministro, o dito, seu amigo de estimação, e o secretário de Estado Casanova riram-se da cidadã que se queixou. Aparentemente, apenas se divisa uma consequência: as juntas médicas, pelo menos na jurisdição de Lisboa e Vale do Tejo, eclipsaram-se misteriosamente. Seria bom saber porquê e tornar clara a estranha relação com a estranha clínica que as executava.


Sucedem-se cenas canalhas envolvendo directores (a última que me chegou refere-se ao Agrupamento de Escolas de Lagares e tem de tudo, droga e sexo incluídos). O arrastamento destes episódios, invariavelmente com disputas entre lóbis locais, sem esclarecimento e apuramento da verdade, deteriora a vida nas escolas, a níveis inaceitáveis. A Inspecção parece estar, neste e noutros casos, em licença sabática. O ministro cala-se, sem entender que a liberdade não pode ser apenas formal. Pais, professores ou alunos que não tenham dinheiro para procurar a Justiça nos tribunais, não têm, verdadeiramente, liberdade. Quem não tem dinheiro para pagar a justiça fora da Escola, por injustiças geradas na Escola, não tem liberdade para exigir justiça dentro da Escola. Nuno Crato não entende isto. Preocupa-o um só poder: o absoluto dos credores. É ministro da Educação-mercadoria.

Todos com carinha de comprometidos!


Andou tudo ao mesmo, e depois fomos devorados até ao tutano.

O que lhes vale é que o povo é sereno!

Até quando?... 



In Público
O actual ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, adquiriu, no início da década passada, cerca de 25,5 mil títulos da SLN, dona do BPN, a um euro cada, que alienaria nos anos seguintes ao grupo liderado por Oliveira Costa, mas agora a dois euros e meio por acção.
Um negócio com timings e contornos idênticos à operação de compra e venda de acções da SLN/BPN pelo actual Presidente da República, e que resultou num ganho para a família Cavaco Silva de 350 mil euros.

David o sem medo, Passos o cheio de manias! e tef tef!


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E esta hein?

Durante um mês, reedição de posts sempre atuais, pois os problemas persistem

Durante o mês de agosto serão aqui reeditados posts produzidos ao longo do último ano. Tal deve-se basicamente à manutenção da situação de Apartheid dos professores contratados, de uma discriminação vergonhosa que persiste apesar de todas as recomendações emanadas quer pela Assembleia da República (na sequência da petição que coloquei em 2009 e que foi discutida no dia 8 de Abril de 2010), quer da recomendação do Provedor de Justiça datada de maio de 2012.

Pouco se fez, passando unicamente por um simulacro de concurso externo extraordinário com um número de vagas residual face à dimensão do problema.

Por isso, a luta continua!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Número de professores declarados com horário zero é superior ao do ano passado



Pelo Público...

Número de professores declarados com horário zero é superior ao do ano passado

Alteração da rede escolar fez disparar número de professores sem componente lectiva. Ministério tinha garantido que estava a trabalhar para que tal não acontecesse.
Vamos acordar ou não?!

As pessoas quando de braços caídos deixam as bestas devorar-lhes tudo até à dignidade!

Não se mexam não!...

Pensamento do MEC - Que chatice, voltamos a meter a pata na poça!


Prova de acesso à profissão para quem já dá aulas poderá violar Directiva Comunitária





A Directiva 1999/70/CE do Conselho, de 28 de Junho de 1999 (a mesma que impulsionou a Vinculação Extraordinária) tem como um dos objectivos “Melhorar a qualidade do trabalho sujeito a contrato a termo garantindo a aplicação do princípio da não discriminação”.



Se o MEC quer sujeitar todos os professores contratados à prova de avaliação de conhecimentos, essa prova traduzir-se-á na manutenção ou não do seu emprego. Assim, as condições de emprego serão, mais uma vez, diferenciadas relativamente

Fonte: Blog profs contratados nos Açores