Num autêntico golpe de teatro de mau gosto sindical, apinhado de uma hipocrisia absolutamente delineada a preceito, a FNE vem agora(!) dizer que quer a vinculação de professores contratados no âmbito do concurso interno. Ou seja, a FNE quer que tudo fique na mesma!
É que, como todos sabemos, FNE incluída, um concurso interno irá inevitavelmente ter como de costume vagas positivas e lugares que fecham. E a velha história repetir-se-á: os professores do quadro com horários zero ocuparão as vagas que seriam para os contratados que permanecerão na mais vil precariedade. Conivência desta organização sindical que, respeitando os seus pergaminhos com raízes profundas nos seus fundadores, sempre assinou de cruz, mesmo quando se tratava de trair os seus próprios associados. A sua atitude revela um "salve-se quem puder" e, sem qualquer pejo de seriedade, atira mais uma vez os contratados para uma desgraçada condição de precariedade prolongada, indigna mas agora verdadeiramente assumida pela FNE que já nem disfarça como disfarçou durante três décadas.
A FNE escolheu um mau caminho, também para si! Os contratados não perdoarão esta afronta à sua dignidade e tudo farão para , nos diversos momentos de futuras negociações, seja do que for, desmascarar esta organização do status quo. Com esta atitude a FNE prestou um mau serviço inclusive aos professores dos quadros que querem a todo o custo ver o seu lugar e o seu vencimento intocáveis. Mas FNE fez mal as contas e, por isso, devia recuar rapidamente! Mas como isso é certamente quase impossível, não teremos outra alternativa senão caminhar sozinhos. A forma como o vamos fazer vai deixar os professores dos quadros em maus lençóis, porque os custos financeiros para o Estado de indemnizações por anos de recusa de entrada nos quadros a milhares de professores contratados terão de sair do bolo do orçamento da educação. Com indemnizações aos contratados de longa duração, quem vai sair a perder muito mais do que se houvesse vinculação imediata serão os próprios professores dos quadros que verão por largos anos as suas carreiras congeladas.
Devem agradecer à FNE!
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