quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O MEDO CONVENIENTE: De que é que o PCP tem medo?! - Resposta a um pedido de declaração de inconstitucionalidade da manutenção dos professores a contrato por 10, 15, 20 anos

Após ter pedido ao PCP e aos restantes partidos da esquerda à esquerda do PS para avançarem com um pedido de declaração de inconstitucionalidade da desigualdade entre professores contratados e professores do quadro no que se refere à instabilidade no emprego e mais baixo salário dos primeiros, eis que surge a decisão do PCP ao fim de 4 meses: 
- Não pedir a declaração da inconstitucionalidade por receio de insucesso, embora reconheça a injustiça da situação.

Eis a da resposta do grupo parlamentar do PCP:
"Exmo. Senhor
Professor Jorge Costa

Recebemos a sua mensagem sugerindo que promovêssemos o pedido de fiscalização da constitucionalidade a propósito da situação dos professores contratados. A matéria é certamente merecedora da maior atenção. Registamos a sua consideração de que estaria em causa a violação do princípio da igualdade a propósito da situação diferenciada em relação aos professores do quadro. Julgo que podemos dizer que, até de uma forma mais clara, está em causa o direito à segurança no emprego (artigo 53º) e o direito a salário igual, desempenhando trabalho igual (artigo 59º).
Como julgo saberá o Grupo Parlamentar do PCP não tem, só por si, deputados em número suficiente para suscitar esta fiscalização. É verdade que em determinados casos, aliás muito reduzidos, já juntámos as nossas assinaturas a deputados de outros grupos parlamentares para perfazer as 23 necessárias.
Essa faculdade, para além de exigir acordo e concertação quanto ao texto de todos os proponentes, não pode contudo com seriedade ser usada de forma indiscriminada. É que, o facto de considerarmos que é violada a Constituição (o que aliás acontece com inúmeras leis aprovadas pelo Governo e pela maioria parlamentar na Assembleia da República), não chega para desencadearmos esse processo. É preciso que exista uma convicção fundada de que é possível a inconstitucionalidade vir a ser declarada pelo Tribunal Constitucional. Na maior parte dos casos e ao longo da sua jurisprudência, o Tribunal Constitucional tem uma leitura muito ampla das normas constitucionais face a legislação do Governo, raramente considerando que se viola a Constituição. Mesmo em situações em que pela nossa parte isso claramente acontece.
Este mecanismo não é por isso, em muitos casos, o adequado, até porque o chumbo de um pedido de declaração de inconstitucionalidade tem também o efeito perverso de criar alguma legitimação para a continuidade da norma legal que consideramos inconstitucional, pelo que deve ser usado com parcimónia. Para além disso as decisões são em regra bastante demoradas no tempo. Finalmente estes pedidos têm de incidir sobre uma norma em concreto e não sobre uma questão ou uma prática governativa, como na mensagem que nos envia.
(...)
Melhores cumprimentos,

Miguel Tiago, Deputado do PCP "


Comentário:

Não se compreende este receio senão à luz de uma pressão sindical muito forte dentro do PCP que chega ao ponto de eliminar a resistência em prol dos até agora mais fracos do sistema - os professores contratados. Este PCP deixa de ter credibilidade ao ceder a interesses de professores do quadro para não avançar com um pedido de inconstitucionalidade Os tempos mudaram, e para quem não sabe, pelos vistos o PCP mudou, esquecendo valores tradicionalmente enraizados como a defesa da dignidade das pessoas, a defesa do emprego, em defesa dos mais fracos. Se o PCP ficar calado está a enterrar a sua história. Há muita gente que não gostará desta atitude. Para que fique claro e para a história, neste momento o PCP está a negar com esta atitude os seus valores mais estruturantes, os princípios de defesa de causas justas. Será esta uma mudança saudável para o próprio partido? Ou contribuirá para o seu descrédito, para o seu esvaziamento?
Não somos ingénuos, e percebemos rapidamente o que faz demorar 4 meses um partido a dar uma resposta a uma situação deste tipo: as pressões dos elementos envolvidos no meio sindical, que como sabemos também se deixaram de importar com os professores contratados há mais de dez anos. Este é o problema que faz o PCP, albergue de muitos sindicalistas que há muito tempo fazem que defendem os contratados e que sabendo existir uma Diretiva 70/99/CE há doze anos, nunca avançaram para um Tribunal Europeu para exigir a vinculação destes professores já tão maltratados pela tutela. Há e houve muito receio que a entrada de contratados no quadro afete um milímetro dos salários e da estabilidade dos professores do quadro!
O PCP deveria ter uma atitude diferente em prol da justiça social, não cedendo a lobbies sindicais, pois são perigosos para a própria sobrevivência do partido.

Jorge Costa

domingo, 21 de outubro de 2012

UM CANDIDATO, UMA VAGA - SÓ ASSIM SERÁ UM CONCURSO EXTRAORDINÁRIO DE VINCULAÇÃO !

Foi apresentada às organizações sindicais a primeira proposta de vinculação extraordinária. Três pontos a reter:

3600 dias de serviço docente;
- um ano de serviço nos últimos três;
- Vagas ainda não definidas.

O ponto crítico: vagas a abrir?

Ou se abre um número de vagas igual ao número de candidatos para depois se fazer a distribuição por escolas ou este concurso deixará de fora, imagine-se, professores que chegam a ter 20 anos de serviço!!! 

Outro aspeto a trabalhar é o requisito de tempo de serviço mínimo. Deve-se permitir que candidatos com mais de seis anos de serviço acedam a este concurso extraordinário, respeitando o estabelecido no Código Laboral, que diz que os contratos a prazo podem chegar extraordinariamente aos seis anos. Portanto, é lógico que este deverá ser o patamar deste concurso extraordinário, independentemente de salvaguardar no concurso ordinário do próximo ano o acesso aos candidatos com mais de três anos a vagas acrescidas a disponibilizar para concurso.
Mas agora, neste concurso extraordinário, a exigência deve ser, ninguém que a ele aceda poderá ficar de fora. Um candidato deve corresponder a uma vaga. Nem mais, nem menos!

sábado, 20 de outubro de 2012

Concursos de Contratação de Escola: o MEC aposta no bloqueio à informação dos critérios usados nas CE até ao momento e que geraram protestos e circular. Têm medo de quê?!

A plataforma de Contratação de Escola foi rapidamente bloqueada no que se refere ao acesso aos dados dos concursos efetuados até ao momento e que, como sabemos, em consequência de critérios aberrantes como "trabalhou nesta escola no ano letivo anterior?"ou "conhece o meio social de abrangência deste agrupamento?", deram no que deram.
 Porquê o bloqueio do acesso ao historial dos concursos realizados até agora? Porque o MEC tem pavor que os candidatos ultrapassados reclamem em massa o que obrigaria a repetir 90% das Contratações de Escola! Por isso num passe de mágica alguém deu ordem para fazer desaparecer rapidamente esses dados da plataforma, para evitar males maiores para o MEC. Mas que lápis azul tão... tão... virtual! 
Levantai-vos professores candidatos desempregados ou atirados para longe dos locais de residência, ultrapassados pelos sobrinhos e afilhados dos mandantes, vós que sabeis aos critérios a que estivestes sujeitos, reclamai sem demora. Alguns estão publicados nos blogs, mas muitos aparentemente perderam-se no nevoeiro da memória. No entanto, quem concorreu continua a ter acesso na plataforma a todos aqueles critérios dos concursos de CE a que concorreu. Portanto, só o próprio é que conseguirá relembrar esses critérios manhosos acedendo à plataforma através da sua password. Como são centenas os candidatos em cada concurso, não será difícil adivinhar que, apesar desta tentativa de abafamento do MEC, pelo menos um os venha a divulgar e apresentar reclamação.
A melhor forma de reclamação é sem dúvida alegar a violação voluntária do Código de Procedimento Administrativo. Há regras concursais que foram pura e simplesmente colocadas de lado. Há que corrigir e repetir procedimentos em todos os concursos efetuados até ao momento de forma a repor a verdade.
Portanto, a procissão ainda vai no adro!


Paul Krugman. Era possível acabar com esta crise já. Se “eles” quisessem!



Os instrumentos económicos existem mas a opinião política dominante proíbe o fim da crise. Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia, apela ao fim dessa corrente austeritária, sacrificial e assassina de empregos.



Nestes últimos três anos caiu-nos uma depressão em cima da cabeça, e o que fizemos? Procurámos culpados. O “viver acima das nossas possibilidades” e “os malefícios do endividamento” são duas cantigas populares dos últimos anos. E, no entanto, antes de a crise ter rebentado na América e de se ter propagado à Europa, o nível de endividamento de alguns dos países do sul da Europa, como Portugal e Espanha, tinha vindo a reduzir-se. Os gráficos estão lá e mostram que sim (como mostram que o gigante alemão também está fortemente endividado). Mas porque é que as pessoas não querem acreditar nisto? Nem sequer apreender o facto de terem sido “praticamente todos os principais governos” que, “nos terríveis meses que se seguiram à queda do banco de investimento Lehman Brothers, concordaram em que o súbito colapso das despesas do sector privado teria de ser contrabalançado e viraram-se então para uma política orçamental e monetária expansionista num esforço para limitar os danos”? A Comissão Europeia e a Alemanha estavam “lá”. E, de repente, tudo mudou.



Uma das maiores dificuldades de lidar com esta crise é, em primeiro lugar, o facto natural de tanto o cidadão comum como Jesus Cristo não perceberem nada de finanças, a menos quando lhe vão ao seu próprio bolso (ou perde o emprego). A outra é o poder da narrativa do “vivemos acima das nossas possibilidades”, aquilo a que Krugman chama a “narrativa distorcida” europeia , “um relato falso sobre as causas da crise que impede verdadeiras soluções e conduz de facto a medidas políticas que só pioram a situação”. Krugman ataca “uma narrativa absolutamente errada”, consciente de que “as pessoas que apregoam esta doutrina estão tão relutantes como a direita americana em ouvir a evidência do contrário”.



Três quartos do livro-manifesto “Acabem com esta crise já” é dedicado aos Estados Unidos, pátria de Krugman. Mas tendo em conta o nosso “interesse nacional”, centremo-nos no que diz sobre a Europa.



Krugman refuta a explicação popular e maioritária sobre a situação atual na Europa – países sob tutela de troika e pedidos de resgate à média de dois por ano. “Eis, então, a Grande Ilusão da Europa: é a crença de que a crise da Europa foi essencialmente causada pela irresponsabilidade orçamental. Diz essa história que os países europeus incorreram em excessivos défices orçamentais e se endividaram demasiado – e o mais importante é impor regras que evitem que isto volte a acontecer”.



Krugman aceita que a Grécia (e Portugal, “embora não à mesma escala) incorreu em “irresponsabilidade orçamental”, mas recusa a “helenização” do problema europeu. “A Irlanda tinha um excedente orçamental e uma dívida pública reduzida na véspera do deflagrar da crise (...) A Espanha também tinha um excedente orçamental e uma dívida reduzida. A Itália tinha um alto nível de endividamento herdado das décadas de 1970 e 1980, quando a política era realmente irresponsável, mas estava a conseguir fazer baixar de forma progressiva o rácio do endividamento em relação ao PIB”. Ora um graficozinho do FMI demonstra que, enquanto grupo, “as nações europeias que se encontram actualmente a braços com problemas orçamentais conseguiram melhorar de forma progressiva a sua posição de endividamento até ao deflagrar da crise”. E foi só com a chegada da crise americana à Europa que a dívida pública disparou. Explicar isto aos “austeritários” é uma tarefa insana. Diz Krugman: “Muitos europeus em posições-chave – sobretudo políticos e dirigentes na Alemanha, mas também as lideranças do Banco Central Europeu e líderes de opinião espalhados pelo mundo das finanças e da banca – estão profundamente comprometidos com a Grande Ilusão e nada consegue abalá-los por mais provas que haja em contrário. Em consequência disso, o problema de responder à crise é muitas vezes formulado em termos morais: as nações estão com problemas porque pecaram e devem redimir-se por via do sofrimento”. Ora é esta exactamente a história que nos conta o governo e que é, segundo Paul Krugman, “um caminho muito mau para se abordar os problemas que a Europa enfrenta”.



Ao contrário do que muita gente possa pensar, Krugman não é um perigoso socialista. E, céus, até defende a austeridade (alguma, mas não esta). Vejam como ele explica a crise espanhola, que considera a crise emblemática da zona euro: “Durante os primeiros oito anos após a criação da zona euro a Espanha teve gigantescos influxos de dinheiro, que alimentaram uma enorme bolha imobiliária e conduziram a um grande aumento de salários e dos preços relativamente aos das economias do núcleo europeu [Alemanha, França e Benelux]. O problema essencial espanhol, do qual derivam todos os outros, é a necessidade de voltar a alinhar custos e preços. Como é que isso pode ser feito?”. O Nobel explica: “Poderia ser feito por via da inflação nas economias do núcleo europeu. Imagine-se que o BCE seguia uma política de dinheiro fácil enquanto o governo alemão se empenhava no estímulo orçamental; isto iria implicar pleno emprego na Alemanha mesmo que a alta taxa de desemprego persistisse em Espanha. Os salários espanhóis não iriam subir muito, se é que chegavam a subir, ao passo que os salários alemães iriam subir muito; os custos espanhóis iriam assim manter-se nivelados, ao passo que os custos alemães subiriam. E para a Espanha seria um ajustamento relativamente fácil de fazer: não seria fácil, seria relativamente fácil”.



Ora, esta maneira “relativamente fácil” de resolver a crise europeia tem estado condenada (vamos ver o que se segue ao novo programa de compra de dívida do BCE, criticado pelo presidente do Bundesbank) pela irredutibilidade alemã relativamente à inflação, “graças às memórias da grande inflação ocorrida no início da década de 1920”. Krugman lembra bem que estranhamente “estão muito mais esquecidas as memórias relativas às políticas deflacionárias do início da década de 1930, que foram na verdade aquilo que abriu caminho para a ascensão daquele ditador que todos sabemos quem é”.



O que trama as nações fracas do euro (como Espanha e Portugal) é, não tendo meios de desvalorizar a moeda – como fez a Islândia no rescaldo da crise com sucesso – estão sujeitas ao “pânico auto--realizável”. O facto de não poderem “imprimir dinheiro” torna esses países vulneráveis “à possibilidade de uma crise auto-realizável, na qual os receios dos investidores quanto a um incumprimento em resultado de escassez de dinheiro os levariam a evitar adquirir obrigações desse país, desencadeando assim a própria escassez de dinheiro que tanto receiam”. É este pânico que explica os juros loucos pagos por Portugal, Espanha e Itália, enquanto a Alemanha lucra a bom lucrar com a crise do euro – para fugir ao “pânico” os investidores emprestam dinheiro à Alemanha sem pedir juros e até dando bónus aos alemães por lhes deixarem ter o dinheirinho guardado em Frankfurt.



Se Krugman defende que “os países com défices orçamentais e problemas de endividamento terão de praticar uma considerável austeridade orçamental”, defende que para sair da crise seria necessário que “a curto prazo, os países com excedentes orçamentais precisam de ser uma fonte de forte procura pelas exportações dos países com défices orçamentais”.



Nada disto está a acontecer. “A troika tem fornecido pouquíssimo dinheiro e demasiado tardiamente” e, “em resultado desses empréstimos de emergência, tem-se exigido aos países deficitários que imponham programas imediatos e draconianos de cortes nos gastos e subidas de impostos, programas que os afundam em recessões ainda mais profundas e que são insuficientes, mesmo em termos puramente orçamentais, à medida que as economias encolhem e causam uma baixa de receitas fiscais”. Conhece esta história, não conhece?



Fonte: ionline


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Obviamente demito-a, senhora diretora !

Três crianças ficaram sem almoço numa escola de Quarteira, no Algarve, porque os pais tinham mensalidades em atraso.

O caso aconteceu na semana passada. A decisão de deixar as crianças sem almoço, na semana passada, foi da diretora do agrupamento a que pertence a escola EB 1 nº2 de Quarteira.

Em declarações à Renascença, Conceição Bernardes garante que as famílias estavam avisadas sobre a medida de retaliação. A responsável garante que, apesar de terem ficado sem almoço, as crianças não ficaram sem comer.



(QUE SENTIDO DE HUMANIDADE!)

A medida está relacionada com a falta de pagamento dos almoços e já vem de outros anos. Conceição Bernardes refere que os pais estavam informados e, no que diz respeito à menina que originou a notícia, garante que a mãe foi avisada do que se iria passar.

(PARA QUE É QUE EXISTE UMA COMISSÃO DE PROTEÇÃO DE MENORES?! MAS ENQUANTO ESTA NÃO ATUAR, NADA DE DISCRIMINAR AS CRIANÇAS, ELAS NÃO TÊM CULPA ESTÁ BEM, sra. diretora?!?!  )

“A mãe foi avisada pessoalmente, foi avisada por telefone, foi inclusive pedido à mãe que contactasse a direção do agrupamento, para nós tentarmos resolver o problema. A Sra. não fez isto, não falou connosco, a criança comeu, teve reforço alimentar, porque eu não deixo uma criança na escola com fome”, sublinha.

(FANTÁSTICO, MAS SUJEITOU A CRIANÇA A UMA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA ABSOLUTAMENTE ABOMINÁVEL! ASQUEROSA ATITUDE DE UMA PESSOA QUE DEVE SER IMEDIATAMENTE COLOCADA FORA DA DIREÇÃO DESTE AGRUPAMENTO POIS REVELA UMA INTOLERÁVEL FALTA DE RESPEITO PELA CONDIÇÃO DE CRIANÇA, O SER MAIS SENSÍVEL DA CADEIA SOCIAL.)

A diretora do agrupamento a que pertence a escola EB 1 nº2 de Quarteira diz-se de consciência tranquila e reforça a ideia de que “deu todas as possibilidades aos pais para resolver o problema”.

(EU DAVA-LHE A CONSCIÊNCIA TRANQUILA!... )

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A fiar nas declarações do Rosalino, vinculação de professores contratados pode estar, tem de estar, na agenda do governo. Então faça-se justiça!


Governo admite que alguns trabalhadores contratados a prazo podem ser integrados nos quadrosO secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, admitiu hoje que alguns trabalhadores contratados a prazo na Administração Pública poderão ser integrados no quadro, caso se justifique.

Em declarações aos jornalistas à margem da Comissão do Orçamento e Finanças, onde foi ouvido esta manhã, o governante reconheceu que apesar do compromisso assumido pelo Governo de reduzir, em média, 2% do número de funcionários públicos por ano, existem funções atualmente desempenhadas por contratados a prazo que, caso se justifique a sua manutenção, poderá levar à integração destes trabalhadores no quadro.
Segundo esclareceu, "interessa saber se funções preenchidas durante 10 ou 15 anos por contratados a prazo podem ser preenchidas por pessoas dos quadros. Tem de haver um estímulo para uma gestão mais permanente. Agora, se são necessárias de forma permanente, então, que se integrem nos quadros. Uma vez demonstrado que é necessário, nós autorizamos", afirmou Hélder Rosalino.O secretário de Estado, que foi ouvido no âmbito das alterações laborais na função pública, reforçou que "não há qualquer intenção deste Governo em fazer despedimentos".
Explicou, por isso, que a meta de redução de 2% ao ano no número de efetivos "é um esforço que está a ser feito permitindo que as pessoas passem à reforma antecipada".
"Está a acontecer um movimento normal de trabalhadores que passam à reforma e uma forte contenção das admissões. Esta combinação de mecanismos permite que todos os anos saiam, no mínimo, 10 mil funcionários públicos", declarou.
Apesar de não ter presente o número real de trabalhadores que atualmente trabalham para o Estado, Hélder Rosalino estima que "se este ritmo se mantiver, com certeza dentro de três, quatro anos, é natural que a administração pública" seja reduzida em 50 mil trabalhadores, e acrescentou: "Dentro de três a quatro anos a administração central vai ter abaixo de 450 mil funcionários públicos".
Hélder Rosalino aproveitou a vinda ao Parlamento para dizer aos deputados que "a pressão sobre a despesa pública é tremenda" e admitiu que o processo de rescisões por mútuo acordo é um mecanismo que será utilizado sempre que se justificar.
"As rescisões já estavam previstas na lei, desde o primeiro momento que começamos a discutir este tema e os sindicatos acolheram esta alteração", afirmou, acrescentando que "nos próximos anos, sempre que o organismo entenda que esta pode ser uma solução conveniente a ambas as partes, esta se possa concretizar".
E rematou: "O nosso objetivo é que este instrumento seja utilizado sempre que se justifique. Não temos nenhuma intenção específica de utilizar este instrumento de forma massiva em 2013".
O governante anunciou ainda, nesta audição, a intenção do Governo em criar um código único legislativo no próximo ano: "A ideia é criar um código de trabalho único para o setor público".
Fonte: Lusa

A ver vamos se a maior injustiça social na educação em Portugal é para resolver ou não. Se não, cá estaremos para avançar para os tribunais. As coisas estão avançadas para irmos para os tribunais, massivamente, pedir não só a integração nos quadros como exigir uma indemnização por cada ano que desde 2001 os professores contratados com 4 ou mais anos estiveram fora dos quadros apesar da Diretiva 70/1999/CE o obrigar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O novelo da incompetência e o gato do vizinho: Os diretores prevaricadores deviam pagar pela asneirada do favorecimento , e quem sabe se isto fica por aqui!

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) confirmou nesta segunda-feira que foram detectadas ilegalidades em concursos de colocação de professores selecionados através das ofertas de escola. Nesses casos, que não quantifica, os concursos serão repetidos e os contratos com os professores anulados, a não ser que aqueles se candidatem e sejam de novo selecionados.

(...)
Agora, as direções passaram a ter de fazer a seleção com base na ponderação da graduação profissional dos candidatos (com um peso de 50%) com os subcritérios definidos pela escola (que vale os outros 50%). Isso não impediu, contudo, que se multiplicassem as denúncias de diretores que alegadamente continuaram a condicionar o concurso, colocando entre os subcritérios factores muito específicos, como ter dado aulas naquele exato estabelecimento de ensino, ter trabalhado numa escola TEIP e ter dado aulas a alunos de língua estrangeira. 


Isto estaria a fazer, alegaram os queixosos, com que candidatos com uma graduação mais alta fossem ultrapassados pelos poucos que preenchiam os restantes requisitos. 



Na sequência das denúncias, o MEC pôs a Inspecção-Geral da Educação e Ciência no terreno e hoje, mais de um mês após o início das aulas, confirmou que na sequência das averiguações desenvolvidas "foram verificadas em algumas escolas incorrecções na aplicação do quadro legal em vigor”.



Através do gabinete de imprensa, o MEC adianta que “para assegurar que não há qualquer interrupção das atividades lectivas dos alunos, os contratos em causa só serão anulados no momento da entrada do novo docente”. Isto se houver novo docente, ou seja, “se da repetição dos procedimentos do concurso resultar na seleção de outro candidato”, já que aqueles que atualmente ocupam o lugar podem voltar a candidatar-se. 

O MEC esclarece ainda que “será acautelada a contagem do tempo de serviço e a remuneração já recebida” pelos docentes que neste momento ocupam aqueles lugares. Estes poderão regressar à reserva de recrutamento, caso tenham concorrido ao concurso para a satisfação das necessidades temporárias”, afirma. 
(in Público/Educação)

Esta é muito boa! E ainda lhes contam o tempo de serviço, então os gajos foram favorecidos, ou não existisse este termo "favorecimento" que por si só significa  imoralidade, compadrio, troca de favores, fator c, sem-vergonhice.
Há por aí muitos diretores que ainda não receberam a visita da Inspeção Geral de Educação, mas os candidatos lesados, agora, depois de verem que vale a pena denunciar, certamente irão avançar intensivamente com queixas, e só fazem bem, pois tanto descaramento de odor de cariz mafioso já cheira a ranço. Há que pôr um fim nisto, punindo exemplarmente os responsáveis e colocando os professores num concurso único de nível nacional, com um critério único de seleção: a graduação profissional.
Outra mudança necessária é o fim das colocações a nível de escola dos chamados Técnicos Especializados para disciplinas que podem ser integradas nos grupos de recrutamento. Está a ser ultimada uma proposta que visa garantir que as diversas disciplinas sejam devidamente integradas nos grupos de recrutamento, criando para o efeito uma listagem oficial a distribuir pelas escolas com caráter de cumprimento obrigatório. Reduzir-se-ão deste modo os horários zero e efetuar-se-ão mais contratações de professores devidamente profissionalizados dentro dos grupos de recrutamento.
Reduzir-se-á assim a colocação de Técnicos Especializados a áreas cujas disciplinas não tenham sido integradas naquela listagem, o que se espera torne muito residual a contratação daqueles técnicos já no próximo ano.

sábado, 13 de outubro de 2012

MANUAL DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL: Socorro, minha mãe, tenho 38 anos e não tenho emprego! / Socorro filho, tenho 65 e estou na ruína!


Os mais jovens vêem-se na eminência de um SOS permanente até aos 40 de idade, no mínimo, até que os que estão etariamente mais à frente lhes possam dar lugar. Não é raro agora a adolescência prolongar-se pelo menos até aí, por via da situação de dependência em relação aos progenitores até tão avançada idade. Voar sozinho tornou-se penoso nos tempos que correm, tempos de vacas esqueléticas quase a morrer, e de muitas já bem mortas há muito tempo, a cheirar mal. Os sinais evidentes de saturação dos filhos que pedem para o dia-a-dia à mãe às escondidas do pai, ou ao pai com o conhecimento da mãe deixou de ser raro para se tornar o pão nosso de cada dia por essas vilas e aldeias de Portugal. Mas por aí ainda há a terra que é de quem a trabalha e que em muitos casos começa a ser limpa de ervas daninhas até pela malta licenciada noutras coisas que não a agricultura. É um recurso evidentemente transitório, mas que vai dando um sentido à vida provisória de jovens cada vez mais velhos, muitos licenciados à procura do primeiro emprego, estável se fosse possível sonhar. Mas, já não lhes é permitido sonhar a curto e médio prazo com essa estabilidade e por tal muita coisa vai ficando adiada como a procriação que dantes era pelos vinte e que agora vai para os trinta e muitos, quarenta e tal anos, pois a incerteza é grande em termos de sustentabilidade de uma débil economia familiar. Ou a evolução da espécie acompanha os constrangimentos da economia capitalista das sociedades ocidentais economicamente decadentes, e o ser humano na sua vertente geracional aumenta sem problemas a idade média de procriação, ou o número de nascimentos decairá abruptamente pela infertilidade de mulheres cada vez mais velhas a tentarem gerar filhos em ambientes extremos, venenosamente stressantes, de uma vida recheada de incerteza com um cariz profissional provisório, de recibo verde que até poderia significar “procriem” se a autorização viesse de um departamento governamental cujo ticket retirado de um balcão de atendimento, pela cor significasse via verde para a procriação, uma espécie de simplex da vida, uma garantia emprego no Estado ou numa empresa privada protocolada para o efeito em troca da geração de novos cidadãos. Mas a realidade é dura, e vivendo à custa dos pais, sempre à espera do emprego que nunca mais chega para finalmente dar à luz, a mulher vê-se na eminência de deixar passar a sua idade fértil e de nunca saborear o prazer da maternidade. 

O SPGL tem uma secção denominada “Jovens professores Contratados”, que deu muito jeito para nunca fazerem grande coisa pelos professores contratados na última década, a não ser alguns números de circo em frente ao ME. Está no tempo de alterarem a denominação para “Velhos professores contratados”, porque a primeira denominação já não corresponde à realidade desde há muito tempo a esta parte. 


Pois, é também na classe docente contratada e desempregada que se coloca este problema da maternidade adiada ad eternum. À espera de uma colocação para fazer um filho! 


- Mãe, fiquei colocada, agora vou dar-te um neto, que dizes da ideia? 


- Sim filha, é uma ideia porreira… Mas já te efetivaram numa escola? 


- Não mãe, mas fiquei com um horário de oito horas, e… com mais aquilo que me tens dado, acho que chegou o momento, afinal já só tenho 38 anos e nunca tive uma oportunidade assim! 


- E o teu companheiro o que diz disso? 


- Ele também conseguiu um horário temporário de um mês numa escola lá pro Algarve. A última vez que falei com ele, disse-me que se fosse pra avançar vinha cá aos fins de semana pra irmos tentando. Então, que achas, posso fazer um filho ou não? Vá lá mãe, qualquer dia chega-me a menopausa e depois fico sem nada! 


- Está bem filha, não te preocupes, vou mudar os lençóis do quarto de hóspedes!...Manda vir o rapaz do algarve. 


- Mãe, mãe… és a melhor mãe do mundo… finalmente vou realizar o meu sonho! Quem dera que o pai ainda fosse vivo para ver o netinho nascer!... Sei que nunca nos deixarás passar necessidades, a mim ao meu filho e teu neto e ao meu namorado, o Asdrubal que está no Algarve com um contrato de um mês na escola de Albufeira. Obrigado mãe…(lágrimas, muitas). 


Nesse momento, na televisão surge Gasparzinho, o malandreco, com cara de sono, dizendo: blá, blá, blá…, pois vamos reduzir as pensões para metade, ACABAR COM A PENSÃO DE VIUVEZ, acabar definitivamente com o abono de família, acabar com o subsídio de maternidade, criar um imposto extraordinário sobre a procriação…blá, blá, blá!...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Contra os canhões (os nossos) marchar, marchar!

Marcha Contra o Desemprego-Lisboa
Sábado às 15:00 em da Alameda e Cais do Sodré para Praça da Figueira


Eu marcho
Tu marchas
Todos marchamos
Como convém à Troika
Mansos
Ordeiros
Com Passos longus
Desesperados
Por uma causa
Já viram isto:
Eles conseguiram por-nos a marchar...
Daqui pra fora!
Emigrem, pá
Emigrem,... já!!!
Saltem daqui pra fora
Vão embora
Com Passos Rápidos
Austeramente
Como o Coelho
Um dia
A fugir de vós!
Há-de, há-de, um dia...
Assim Deus nosso Senhor o queira!
E vós também!
Amém!

Assinaturas precisam-se para acabar com a corrupção legitimada por legislação com buracos convenientes... a alguns. E alguns sindicatos assinaram de cruz!!!

PETIÇÃO "Pela JUSTIÇA, LEGALIDADE e TRANSPARÊNCIA na contratação de Professores" para pormos cobro às injustiças, ilegalidades, favorecimentos e compadrios que têm vindo a manchar contratação de docentes nos últimos anos. Precisamos de 4000 assinaturas para que a petição seja debatida em plenário da Assembleia da República. FALTAM 1100 ASSINATURAS.
Agradecia que lessem e subscrevessem!! PARTILHEM!!!

http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N28911

domingo, 7 de outubro de 2012

Salários dos professores portugueses são dos mais baixos dos países do euro - Claro, muito mais baixos do que os da boyada dos ministérios!


Os professores portugueses estão entre os docentes europeus cujos salários foram mais afetados pela crise económica, segundo um relatório divulgado esta sexta-feira, em Bruxelas, pela Comissão Europeia.De acordo com o relatório sobre os salários e subsídios dos professores e diretores de escolas na Europa, em 2011/2012, elaborado pela rede Eurydice, 16 dos 32 países analisados reduziram ou congelaram os salários dos professores, como consequência da situação económica.

Lá se vão os argumentos daqueles que sistematicamente tentam fazer mossas nos professores apelidando-os de tudo e berrando que são demasiado bem pagos. Não há nada como um refrescamento de ideias enraizadas na população pelos boys de serviço nos ministérios a três e quatro mil euros por mês. Esses sim, com vinte e quatro a 29 aninhos e a ganhar um balúrdio durante uns tempos, são especialistas, agora se percebe e sempre se percebeu, em denegrir a imagem daqueles que ajudam diariamente no progresso do nosso país. Mas essa canalhada é realmente um instrumento de quem está muito mais acima, Secretários de Estado, Ministros e todo o aparelho partidário que mobiliza a criançada recém formada, sem qualquer experiência, para serem especialistas conselheiros de coisa nenhuma. Veja-se por exemplo, a patetice do menino que dizia ser especialista em juventude. Em que faculdade é que é dada esta especialidade? Também quero, pois considero que quando um gajo envelhece, precisa de uma especialização destas para, além de se poder tornar num jovem de cabelos brancos o que é excelente, poder ainda ganhar mais do que um jovem de 24 anos, ainda estaladiço, inexperiente, acabadinho de sair de uma faculdade perto de si!

Cutchi! Cutchi! Cutchi! O menino ganha mais que o papá!
 E o papá está orgulhosissimo da criança especialista!

Ai Portugal, Portugal, assim não há bandeira que resista!...




Nas Caldas discutiu-se a vinculação de professores e outros assuntos decisivos para a qualidade da educação em Portugal

 O painel de discussão sobre vinculação de professores contratados:
Da esq. para dir. - Helena (Comentadora nos blogs da praça, TT), Arlindo Ferreira (Blog DearLindo), César Israel Paulo (Presidente da Direção da ANVPC), Jorge Costa (autor das petições ao Parlamento Português e ao PE, Editor do Blog Educar Portugal, Presidente da Assembleia Geral da ANVPC)







Ao centro - Paulo Guinote (Blog Educação do meu Umbigo). Direita -  José Alberto Rodrigues (APEVT), Esquerda - Rui gomes (Postal - Um Verbário)


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A IMPOSTURISSE PARIU MAIS IMPOSTOS !

Afundados até ao pescoço em dívidas, os da classe média e daí para baixo, não se cansam de berrar pelos seus direitos perdidos num ápice. Os iluminados do efémero poleiro trazem no dorso uma série de medidas cortantes que repugnam os justos cidadãos, sobretudo pela imposturice, a começar na forma da apresentação e a terminar no caráter viscoso e sonolento dos anunciantes. Mas também pelo tédio provocado pelas criaturas satélites dos (des)governos que abundam nas tv`s, patéticos comentadores de ondas consonantes com os ideais obsoletos do espetro governamental, que dizem uma acertada como engodo aos mais crédulos, mas que, logo a seguir, servem o prato do costume recheado de petiscos envenenados com as convictas convicções dos interessados em ir governando à vista. Afinal e tão só, os garotitos de serviço com os seus instintos de minúsculos economistas recém formados na idiotice do liberalismo à portuguesa, baseado na descompostura daqueles que trabalham no, com e para o Estado, os FP (Funcionários Públicos, entenda-se!). Aquelas pequenas criaturas, sistematicamente desprovidas de honestidade intelectual, com uma verborreia opinativa tristonha, sugerem o fim do mundo por culpa dos que trabalham para a sociedade. E são estes energúmenos que vêm mais uma vez para as ondas hertzianas debitar falsidades acerca do pseudo bem-estar dos funcionários públicos que consideram ter uma massa salarial muito acima da dos trabalhadores do privado. Estas bestinhas bestiais, normalmente de idade mediana, que vestem frequentemente pele de cordeirinho para dizer o que outros pensaram e querem que digam por eles, são sistematicamente e aleatoriamente convidados pelas direções de informação de certos canais, a dedo. Para quê? Bem, para andar a envenenar a opinião publica que entretanto, ao contrário da fé dos primeiros, foi evoluindo desde o início da crise e já pouco acredita que o mal do país é o funcionalismo público. De facto, agora de forma veloz, o povo, que costumava ser enganado, vai-se convencendo que o problema não está nesta fatia da população, a que trata o resto do povo. Os FP, numa parte significativa, por acaso são professores, médicos, Juízes, e outros que tais, que detêm uma formação superior e que, por isso, em grande número, hipoteticamente, não fosse o massacre de cortes sofridos há vários anos, ganham salários condizentes com a sua formação superior e com as responsabilidades que assumem em prol de toda a população. Quem quer serviços tem de os pagar! Afinal não é assim que pensam os liberais?! Só que, ao nosso povo, do muito que tem para pagar, pouco resta para poder pagar como teria de ser se o Estado se quisesse furtar às suas responsabilidades. Por isso, são necessários, a escola pública, os tribunais, os Hospitais públicos, com toda uma equipa de profissionais altamente qualificados para garantir o bem-estar da nossa população.O povo gosta, prefere, precisa, e até exige! Pois então, há que pagar justamente aos profissionais que trabalham para o Estado. Por tal, a fatura é pesada, pois é, mas tem de ser. Portanto, de facto, a massa salarial média da FP é superior à do privado. Mal era se não fosse!

Orgulho-me muito de ser um FP!