segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

UMA VÃ TENTATIVA DE CONTINUAR A ESCRAVIZAR OS PROFESSORES CONTRATADOS


Se esta vinculação fosse nos moldes desejados por Crato tal significaria que se estaria a admitir a premissa da naturalidade de um uso dos colegas contratados anos e anos a baixo custo, sem fatura, sem que lhes fosse sequer reconhecido o direito de exigirem ser reconhecidos como os outros professores, os dos quadros.

 O abuso a que estiveram sujeitos, pela miséria de salários que foram obrigados a receber numa qualquer caixa de MB, longe dos olhares dos colegas dos quadros, sem misturas, em silêncio, mordendo os lábios de revolta por sofrerem em silêncio.

Um professor que trabalhou oito, dez, quinze, vinte anos com frágeis contratos, facilmente quebráveis, muitas vezes sem ter oportunidade de os completar para fazer um único e tão desejado ano completo de serviço, vê-se agora arredado do direito a vincular.

Este caráter invasivo da relação do ME com estas vítimas de bulliyng laboral, com estes colegas contratados de longa duração, dá uma visão horrenda da verdadeira natureza de quem pode fazer mal a um ser humano. E asseguro não estar a falar só de quem governa ou governou, mas também dos "defensores" oficiais dos professores, os encartados para o efeito. Mas desses já muito disse noutras épocas da luta.

Pois assim, a estes amigos professores como nós mas sem direitos iguais, está-se a dizer: se não tens anos completos de serviço esquece a tua vida como professor(a)!!!

 Se isto não é torturar então podem dar-me um tiro e calo-me de uma vez por todas!

Um colega pode ter 12, 15 anos de serviço sem nunca ter tido um horário completo. Vão fazer-lhe o quê, mandar o professor para o Júlio de Matos ou para o Conde Ferreira por não ter recuperado de uma depressão que lhe atiraram para cima ao tirar-lhe quase tudo?!

Porque é certo que lhe vão dar cabo da vida. E o pior de tudo é que provavelmente o colega nem conseguirá chegar a essas mui respeitáveis instituições pelo próprio pé!

Atirar estes professores para fora do sistema é de uma violência psicológica que poderá facilmente desabar no desespero com contornos de quase loucura anunciada, e isto não se faz a ninguém senhor ministro Crato!

Estes professores já há muitos anos que andam de tanga, quer Crato tirar-lhes o resto, e os outros, os defensores oficiais, vão ficar calados a defender o défice do reino?

Podia estar calado, mas não quero nem vou!...

 Desculpe-me Crato, mas não consigo alinhar com injustiças, nem dele nem de quem deve defender estes colegas já tão humilhados.

Podia estar calado, que materialmente a coisa não me tocava, mas não suporto ver as pessoas com quem convivo todos os dias enlouquecerem aos poucos, é coisa que me aborrece!

Os professores contratados já sofreram o suficiente com esta espécie de escravatura dos tempos modernos, mal pagos, humilhados, sempre avaliados, deturpados, sugados até ao tutano, e agora, quando poderiam recuperar parte da dignidade, que nunca deixaram de ter mas só porque era a deles e a seguraram bem na estreita ponte do precipício social, quer Crato e sua comitiva tirar-lhes um direito, o direito de viver uma nova vida, o direito de dar um pouco mais a si e aos seus.

 A ir para a frente esta exigência dos anos consecutivos com horário completo para vincular, estarão governo e organizações sindicais a condenar estes colegas professores a uma prisão perpétua na instabilidade laboral, pessoal e, pior, a humilhá-los indefinidamente, o que deixará marcas muito difíceis de superar por estes homens e mulheres que tanto têm dado de si à escola pública, ao país, ao meu, ao teu, ao de Crato.

Agora a pergunta a Crato e comitiva:

-Quem vale mais, um professor que fez os tais cinco anos completos consecutivos com horário completo, mas que só tem cinco anos de serviço (se tal fosse possível nos tempos que correm...) ou um professor que trabalhou quinze mas sempre incompletos?

Solução para o aluno ver antes de responder:

-Valem ambos o mesmo, mas o segundo já tem uns valentes cabelos brancos.

Fosse eu o Crato (que Deus me livre e guarde) e logo decidia uma resposta:

- Pelos quatro anos do primeiro e pelos cabelos brancos do segundo, vincule-se os dois!

Às organizações sindicais exige-se que exijam pois!

Que exijam que todos os professores com quatro contratos anuais com o ME, mesmo que incompletos sejam vinculados, pois a Diretiva 1999/70-CE o que refere é isso mesmo!

Que exijam que para essa contabilidade se tomem todos os anos desde 2001, ano em que a diretiva devia ter tomado corpo de lei em Portugal, mas que, sorrateiramente, os sucessivos governos se foram esquivando de o fazer.

Portanto devem ser vinculados todos os professores que desde 2001 tenham acumulado quatro anos de contratos anuais, mesmo que com horário incompleto (não deixa de ser um contrato anual!), com a mesma entidade patronal, no caso o ME (e não com entidades externas).

Tudo o que for menos que estes termos é inaceitável!

AGORA FAÇA-SE JUSTIÇA!

Jorge Costa (Ex-Professor Contratado, Professor do Quadro há vinte anos, que efetivou num tempo em que os professores ainda eram respeitados!)

domingo, 19 de janeiro de 2014

OS PROFESSORES CONTRATADOS NÃO ACEITAM SER MARIONETAS - A DESMONTAGEM DE UMA FRAUDE MONTADA DE FORMA APRESSADA!



Esta forma como o MEC vem impor a vinculação dos professores é absolutamente um conjunto de pedregulhos atirado aos olhos da opinião pública e, porventura ainda pior, à Comissão Europeia.

 Senão vejamos:
Crato e a sua equipa quer que aceitemos que docentes. com 10, 15 ou 20 anos de serviço sejam excluídos de uma vinculação só por não terem tido a sorte de cair numa escola TEIP ou outra equivalente na benevolência, inquinada pelos amiguismos em concursos à medida do parente próximo ou do amigo do amigo, onde lhes tivessem sido renovados contratos sucessivos.

Crato e a sua equipa querem que estes professores, muitos com duas décadas de ensino cumpridos na angústia da precariedade e de horários incompletos (muitos longe de casa sabe Deus Nosso Senhor onde), que não possam vincular por falta dessa sorte das renovações aleatórias tal como aleatórias foram as colocações em concursos idos.

Escalpelizando o teor da sacanagem do processo de vinculação decidido para os não vinculáveis no corrente ano e que fiquem à espera de 2015, da história dos cinco contratos anuais seguidos e completos exigidos para tal, suponhamos o seguinte cenário absolutamente possível:

Um professor (seja o José) que tenha três contratos ou até quatro com horários completos e seguidos mas tenha intercalados outros incompletos e novamente volte a ter mais 3 contratos seguidos completos e anuais, acrescendo ao facto de este ano não ter tido a sorte de ficar com horário completo, apesar de vergado pelos seus 20 anos de serviço ficará excluído da vinculação, melhor dizendo, torna-se numa sombra do que já foi porque deixará de ter lugar pelo mérito da velhice!

Pelo método de seleção agora imposto, haverá sempre um(a) colega (seja a Maria) com menos anos de serviço e menor graduação profissional, que vinculará só pelo facto de ter tido a sorte de cair numa escola com uma Direção “simpática ou amiga, muito!...”, e que assim viu renovados os contratos necessários, ano após ano. O Zé, o tal dos 20 anos de serviço, não vinculará, a Maria sim!

Com as regras corruptas que estiveram em vigor nas contratações de escola fabricadas a preceito pela tutela e gulosamente aproveitadas por muitas Direções das escolas para dar emprego aos afilhados, tudo pode acontecer agora como se vê!

A Maria até pode efetivar, mas o Zé TEM DE EFETIVAR, senão o mundo estará virado às avessas!

Outra questão que se coloca prende-se com o facto de a Diretiva 1999/70-CE impor a vinculação do trabalhador ao fim de quatro anos sucessivos a contrato, que deveria ter sido aplicada em Portugal a partir de 2001. Em lado algum se exige que o trabalhador tenha que ter tido horário completo, isso é uma invenção à boa maneira portuguesa para fugir às responsabilidades. Ora, há também centenas senão milhares de professores que apesar de nunca terem tido horários completos trabalham há mais de quatro anos para a mesma entidade patronal, ou seja, o MEC, e muitos há nestas condições há mais de dez anos. Então estes professores vão ser excluídos? Não podem!

Crato acha mesmo que os professores como o Zé, os Zés, se vão calar com estas aberrações legislativas que os vão atirar para o desemprego?!

 Não sabe Crato que muitos destes professores têm filhos para criar, que são professores que estão na casa dos 40-50 anos de idade e já perderam a paciência para lhes tirarem o emprego, enfim uma parte imprescindível da sua dignidade?!

Quer Crato vincular todos aqueles docentes que têm mais de quatro anos de serviço, ou prefere que comecemos já a falar das indemnizações devidas a todos os milhares de professores que estiveram a contrato desde 2001 apesar de terem mais de quatro anos de serviço docente? Sim, este aspeto não está esquecido, como é óbvio!

Enfim, enquanto autor da petição apresentada quer no parlamento nacional e que deu origem à Resolução 35/2010, quer da apresentada no Parlamento Europeu em 2009 que deu origem a este processo de vinculação extraordinária de professores, não aceitarei que os professores contratados sejam ludibriados por um processo armadilhado que lhes rebentará nas mãos ao longo dos próximos anos. Sim, porque da maneira que Crato quer, é isso que se verificará, pois só excecionalmente os professores cumprirão os requisitos da malha apertada deste processo de vinculação imposto.

Já se percebeu que ao chutar para a frente a vinculação dos que vêm depois da vinculação extraordinária que se avizinha, impondo 5 contratos anuais em horário completo, Crato e sua equipa querem claramente de forma velada excluir o máximo de professores do sistema, mesmo tendo mais de quatro anos de serviço.

 A receita é simples: “se não queremos que esses professores entrem nos quadros, vamos continuar a política de cortes a direito nos currículos, de agregações de escolas, de aumento de alunos por turma, etc, enfim a receita habitual, para evitarmos que haja emprego para estes professores na calha da vinculação. E deixámos-los cair por essa via como folhas secas em tarde ventosa de outono, ponto final!”

Crato e sua equipa estão profundamente equivocados. Os professores contratados estão com os olhos bem abertos e ouvidos alerta mais que nunca, porque agora trata-se mesmo de sobrevivência profissional e parte da outra.

Corrija-se Crato e conversamos a seguir!


Jorge Costa (Ex-Professor Contratado, Professor do Quadro há vinte anos, que efetivou num tempo em que os professores ainda eram respeitados!)

sábado, 18 de janeiro de 2014

O EMBUSTE DE UMA VINCULAÇÃO POBRE DE VAGAS CIRURGICAMENTE ANUNCIADA: O PRETO NO BRANCO.

A vinculação proposta por Crato não é razoável porque contorna a lei, é descabida por deixar de fora 13000 que no imediato deveriam entrar nos quadros, cheira a embuste, é irrisória considerando o universo vinculável, tem cheiro a mofo por ser mais do mesmo do que se verificou no passado, não respeita quem fez quatro anos de serviço a partir de 2001, cinco anos consecutivos é o mesmo que dizer a pelo menos dez mil professores "esqueçam a estabilidade profissional, agora emigrem!". Como responsável pela petição apresentada à CE em 2009, não aceito isto, não posso aceitar que os meus colegas contratados inelegíveis por esta arquitetura sejam excluídos do processo de Crato.

Não, não posso aceitar em consciência que o que fiz serviu só para alguns e não para todos os que merecem o fim da injustiça.

Não, não contem comigo para estar calado. Informarei a Comissão Europeia desta enesima afronta à dignidade dos professores contratados.

É o que me resta, em consciência!

Jorge Costa (Professor do Quadro há vinte anos, que efetivou num tempo em que os professores ainda eram respeitados!)

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

2014, UMA NOVA ETAPA DA VIDA, UM VIRAR DE PÁGINA!...

A vida é demasiado curta para nos perdermos nela, para nos distrairmos no dia-a-dia no nosso pequeno mundo. Há coisas que devem terminar por isso mesmo, para nos concentrarmos noutras bem maiores. As lutas devem ser continuadas pelos mais novos, para também eles sentirem que são pessoas com potencial, com garra, que combatem pelas próprias causas, pelas suas vidas e pelas dos seus.
Há gente para isso!
Por mim, é o ponto final. Deixo agora este desafio para os próprios professores contratados, afinal os visados pelo muito do que fiz até agora.
Que saibam continuar esta batalha pela justiça social na classe docente, é o que lhes desejo para os tempos que se avizinham.
Força na vossa luta!