quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Montenegro diz que democracia foi “abalroada” - Mas... desculpe, por quem?!

A democracia deles não é a nossa, senão todos perceberíamos que não se deve cantar o "Grândola Vila Morena" quase 40 anos depois do 25 de Abril. Mas eles querem uma "democracia" de silêncios, de filhos esfomeados mas muito calados. Uma "democracia" do politicamente correto. Eu ganhei as eleições agora aturem-me durante os quatro anos de mandato, sem chus nem mus! A "democracia" deles é a de: estamos cá para governar, bem ou mal, mas muito mal, com "legitimidade" eleitoral, a nossa, aquela que queremos, para impor ao nosso povo os sacrifícios que bem entendermos, a coberto de um qualquer mandato  vindo do estrangeiro, que dá muito jeito a quem manda. Por isso não nos incomodem com cantorias, pois daqui não saímos, ninguém nos tira, que disso sabemos nós, ninguém nos tira enquanto quisermos cá estar! Uma maioria, um governo, um presidente que se cala. Afinal um presidente que é imagem do que queremos do povo - que se cale, que não cante, nunca mais!

Mas estes ditadorzitos desta "democracia" disfarçada vão-se esquecendo que é o mesmo povo que sofre quem mais ordena, que se o povo assim o quiser os vai mandar à fava, sem ser preciso as eleições, porque para situações excecionais de atentado aos direitos humanos, não são precisas eleições, são precisas ações, de revolta, de mudança, de coragem. E o povo tem-na toda, o aperto fez com que a ganhasse. O país quer eleições, mas não quer nem pode esperar por 2015 porque isso seria a mutilação da sociedade sem dó nem piedade. O país pode sofrer até certo ponto mas   não é estúpido ao ponto de se deixar massacrar irremediavelmente por um conjunto de mercenários do capitalismo desenfreado que agem sem pensar no mal que fazem às pessoas, ao Zé e à Maria como eles gostam de lhes chamar. Ou já não gostam?!
 Ninguém governa sem o apoio popular em democracia. Mas como a "democracia" deles é coisa virtual, e não funciona a não ser nas ditaduras encapotadas de países escravizados, acabarão por ser derrotados pois estão desfasados nas políticas, nos ideais, no continente e no país.
 E depois, um dia, virá um outro que dirá estar em desacordo com o seu antecessor e que, com nova roupagem, também não gostará da cantiga que mostra o descontentamento,  desta cantiga que faz o povo caminhar em passada certa, determinada, a caminho da democracia que ponha as pessoas em primeiro lugar. Até pode nem existir, mas o povo tem de tentar encontrá-la, e neste nosso país é preciso que haja esta ambição, e há só que tem andado adormecida. Mas acaba de acordar na madrugada da indignação. 
Neste momento Portugal sofre com um sangramento provocado pelas feras que chegaram há cerca de dois anos vestidas de cordeiro, o país não suporta mais as restrições à sua dignidade, consequência da violência a que vai sendo sujeito em forma de austeridade. Há-de rebentar a revolta, e iremos ver gente no meio do povo que nem imaginávamos pudesse pisar as calçadas da indignação, caras que há muito estavam desaparecidas na penumbra desta demos (cratia).

Muitos dos que nos ainda vão desgovernando chegaram com as garras afiadas debaixo das mangas negras debruadas de hipocrisia. Nem sequer imaginaram que a força do povo quando se revolta é como as torrentes de uma barragem acabada de explodir, imparável, derrotando-os com a força da natureza humana contra o sofrimento imposto, contra a imbecilidade. 
O povo é sereno mas não tanto que se deixe ir a mando de um capitalismo desenfreado que não respeita os mais elementares direitos humanos. É pois hora de esta gente que foi eleita há cerca dois anos se ir embora. O povo não os quer, o povo começa a ter a certeza que alguns deles também já não querem ficar, mas que só vão ficando por não quererem sair de rabo entre as pernas, pela minúscula porta dos indignos do cargo que ocuparam.
Mas como a nobreza de espírito não lhes assiste, não é provável que saiam pelo próprio pé.

Devem sair depressa enquanto é tempo. O país precisa disso!
Se não saírem rapidamente o povo encarregar-se-á de os escorraçar!