VIERAM AGORA COM MAIS UMA ABERRAÇÃO LEGISLATIVA PARA CIMA DOS PROFESSORES CONTRATADOS!
Só faltava mais esta num momento em que os professores contratados foram completamente xingados com um CONCURSO FAZ DE CONTA, o tal NÃO CONCURSO, que colocou um conjunto alargado de três colegas (Parabéns!) certamente tão merecedores como os outros milhares que não conseguiram a tão almejada colocação.
Querem que os contratados, digo, professores como os outros, façam uma prova de competências cujo caráter se destina a humilhar quem penou no mínimo para fazer uma Licenciatura e passar um atestado de incompetência às instituições de ensino superior, todas sem exceção, incluindo a dos amigos que abriram casas de sugar propinas. Agora quer-se fazer de conta que se quer os melhores quando na realidade o que se pretende mesmo é atulhar o sistema de injustiças atrás de injustiças, pondo os colegas fora desse sistema, fora das estatísticas, fora da classe ativa. Uns professores renegados, um autêntico apartheid socioprofissional.
Quem são estes mentores da desgraça?
São os instalados, os que nada têm a perder, os abutres de homens e mulheres como eles mas com dignidade, professores e professoras que terão a coragem de recusar tamanha afronta a essa mesma dignidade que os faz diariamente respirar a sua profissão.
Os cretinos terão de combater um muro de gente que não se deixará intimidar por mais uma falácia para distrair os professores contratados do essencial, de que arriscam não ficar colocados no dia 31 de Agosto porque assim o quiseram os do poleiro temporário, de que arriscam a que nem lhes paguem desde o início de setembro com o "consolo" garantido pelo hipócrita de que o tempo de serviço contará desde o dia 1.
A cretinice colocou todos os professores contratados numa agonia sem precedentes, autenticamente com o coração nas mãos. Isto é fazer mal aos professores e às suas famílias. Duvido que agora os professores em mobilidade permanente continuem a ficar calados.
Depois de os porem de casa às costas, de os transformarem em material genético descartável, depois de lhes tentarem arrancar a dignidade com as mais atrozes artimanhas, com avaliações só para contratados, com humilhações de concorrerem a ofertas de escola com critérios manhosos e à medida dos conhecidos da Direção, vêm agora com esta PROVA DE COMPETÊNCIAS, os incompetentes!
Interessa-lhes tudo menos a competência profissional dos professores. Não tarda nada começarão a oferecer nas instituições tuteladas pelos amigos qualquer coisa como "CURSO DE PREPARAÇÃO PARA A PROVA DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS" com umas propinas desavergonhadas, onde iriam cair alguns colegas desesperados, legitimamente desesperados com a aflição do sustento seguro para a família.
Mas descansem os colegas mais impressionáveis, que este cenário idílico para os carrascos nunca se irá verificar, pois passada esta fase concursal, a ideia mirabolante vai cair que nem figos podres, tal é o hiato entre o real dos professores e o imaginário destes governantes de ocasião.
Não lhes devemos dar ouvidos, mas também não podemos dormir!
Esta é mais uma daquelas perversidades que apostam na divisão da classe docente, entre os que serão afetados e os que se salvam. O tradicional, o esperado da classe política sem imaginação, que se limita a recuperar o mofo das ideias destrambelhadas dos pequenos políticos já defuntos que, quão almas penadas, aparecem de vez em quando com artigos fantasmagóricos de uma certa imprensa a incentivar os de agora a concluírem as aberrações iniciadas, no caso a PROVA DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS.
FIM, porque não vale a pena dizer mais o que quer que seja. Eles não o merecem!
Não lhes devemos dar ouvidos, mas também não podemos dormir!
Esta é mais uma daquelas perversidades que apostam na divisão da classe docente, entre os que serão afetados e os que se salvam. O tradicional, o esperado da classe política sem imaginação, que se limita a recuperar o mofo das ideias destrambelhadas dos pequenos políticos já defuntos que, quão almas penadas, aparecem de vez em quando com artigos fantasmagóricos de uma certa imprensa a incentivar os de agora a concluírem as aberrações iniciadas, no caso a PROVA DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS.
FIM, porque não vale a pena dizer mais o que quer que seja. Eles não o merecem!
Numa empresa normal, ao fim de 3 anos de contrato já estaríamos no quadro. Eu, tenho 10 anos de ensino mas não tenho os 10 de serviço e vou ter de fazer uma prova de competências? Depois de avaliações com Muito Bom e que não foram Excelente por causa das cotas?! WTF?
ResponderEliminarJorge Costa,
ResponderEliminarObrigada pelo texto.
Não conhecia este blogue, já o coloquei nos meus favoritos.
De facto, sinto o mesmo que o colega: uma revolta imensa. Contratada há quase 2 décadas, sinto que, hoje, a minha condição de contratada está bem pior do que quando comecei, nos anos 90.
Os argumentos a favor da Prova de (in)competências são tão absurdos que aniquilam os neurónios de quem se der ao trabalho de os tentar compreender.
Selecionar os melhores?
- Neste momento os melhores são os que estão a lecionar, os efetivos. Muitos, sem estágio pedagógico. Alguns, com licenciaturas "à relvas" para poderem continuar a lecionar. E, neste momento, vão até poder lecionar QUALQUER disciplina desde que tenham "habilitação própria" para isso, mas os contratados é vão ter de provar que são os melhores... melhores em quê e para quê, se nos próximos anos vão continuar na precariedade?
Força, colega. Os contratados precisam de vozes firmes como a sua. Bem haja.
Colega o seu texto está brilhante, eu apenas acrescentava um comentário retirado de um jornal que diz o seguinte:
ResponderEliminar" Se o ministro Crato e os seus antecessores estivessem preocupados com a qualidade dos professores não tinham alterado o modelo de formação inicial de professores para poupar umas migalhas e reviam as licenciaturas bi-disciplinares que habilitam à docência com uma formação científica manifestamente insuficiente. Os exames, por si só, não separam o trigo do joio. Quando muito entravam numa fórmula com licenciatura+mestrado+exame. Se desconfiam da qualidade de algumas licenciaturas em ensino, avaliem-nas e fechem-nas se for caso disso".