domingo, 28 de julho de 2013

A renovação de uma missiva perene por falta de resposta até ao momento do João & Mário: CARTA ABERTA A JOÃO DIAS DA SILVA E A MÁRIO NOGUEIRA, AGORA QUE QUASE TUDO FOI CLARIFICADO: O que pensam o João e o Mário fazer acerca da exigência de nova vinculação extraordinária dos professores contratados no curto prazo?

Caro João e estimado Mário

Escrevo-vos num momento de algum regozijo contido da classe sobre a conclusão das negociações com o MEC.

O desafio que vos coloco muito respeitosamente é o de dizerem publicamente o que pensam fazer acerca da exigência de um novo concurso externo extraordinário de vinculação de professores em 2014. Pressinto que o João e o Mário já pensaram nisso, pelo menos que a associação que defende os professores contratados iria avançar com essa exigência. 

Quanto à FNE, esperemos caro João que inflita na argumentação infeliz usada aquando do pedido precipitado e ofensivo para os professores esperançados (contratados) ao solicitar ao MEC a anulação do concurso extraordinário que mesmo assim acabou por se realizar ainda no corrente ano. Um autêntico tiro no pé. Não é assim que se tratam os colegas de profissão. Nunca houve um pedido de desculpas e a boa educação exigia-o. Lamento caro João a dureza destas palavras, mas a ofensa foi tal que merecia um recuo por parte da FNE. Afinal os professores esperançados tiveram e têm motivos para estarem zangados com a FNE. O João Dias da Silva como homem de boa vontade deve pedir desculpa aos professores contratados sem nada dizer, exigindo pura e simplesmente um novo concurso extraordinário de vinculação com vagas reais.

 É óbvio que, de momento, não temos a força de uma greve às avaliações a servir de alavanca às pretensões dos professores contratados. Para já e este ano!

 No próximo ano veremos o que irá ser feito por uma eventual nova organização sindical exclusiva de professores contratados. Se vier a surgir essa organização, como é possível que surja, com capacidade efetiva para convocar uma greve de professores contratados às avaliações, seria garantido que as principais organizações sindicais ficariam reféns da sua própria inércia, pois como é líquido os professores contratados adeririam em força (veja-se a forte adesão este ano nas greves às avaliações, mesmo beneficiando em primeira instância os colegas dos quadros).

 Imagine caro João se a greve tivesse sido convocada por um sindicato exclusivo de professores contratados por uma causa só de professores contratados. Qual seria o grau de adesão destes colegas a uma greve às avaliações de final de ano em defesa de causas próprias?!

 Uma coisa foi positiva na greve que decorreu este ano, os professores contratados aprenderam como fazer pressão sobre o MEC e não só!

 É assim compreensível que tanto o Mário como o João devam refletir no âmbito de um processo conjunto de reflexão e de prevenção acerca do impacto que teria o surgimento de uma organização sindical de professores contratados, independente das vossas federações ou de qualquer outra.

 Se quiserem, uma organização sindical "rebelde", que usará as armas que tem à mão para exigir uma vinculação justa dos professores contratados há longos anos, numa neo-escravatura laboral sem precedentes.

Portanto não devem agora voltar a ficar quietos e calados!
 Sinceramente acho que não querem isso, pois não?!

Como sabem, basta que um professor de um Conselho de Turma faça greve para bloquear o processo de avaliações de final de ano. Ora, não será difícil que existam pelo menos quatro ou cinco professores contratados num CT tal é a dimensão da precariedade nesta nossa profissão. É garantido que a máquina encrava mesmo sem o aval das vossas organizações sindicais!

Que bom se não chegássemos aí, mas hão-de convir Mário e João, estão a empurrar-nos para a constituição de uma nova organização sindical que efetivamente lute pelos interesses dos professores contratados.

 É preciso mudarem de rumo e exigirem imediatamente essa vinculação extraordinária agora que as regras que acabaram de negociar ficaram claras, pelo menos as principais.

Caros Mário e João, faço-vos um apelo, exijam e negoceiem uma nova vinculação, sem recurso a artimanhas que deixem satisfeita a parte da vossa clientela mais conservadora, aquela que acha que um professor contratado deve estar abaixo de cão, para não colocar em causa os privilégios que aqueles têm ou julgam ter e não deveriam.

O que fazer então: Apesar de professor no ativo, quem sou eu para vos ensinar o que quer que seja de estratégia!

 Mas digo-vos o que me vai na alma ao perceber os legítimos anseios dos professores contratados que ouso defender. Exijam que ainda durante o mês de Julho se inicie um processo de negociação de uma nova vinculação a ter lugar até ao final do corrente ano civil. Esse é o limite aceitável para uma ação efetiva de defesa dos professores contratados.

Não encarem esta posição como uma afronta ou uma chantagem, mas como uma forma salutar de dizer basta!
Basta de hipocrisia, basta de arrastamentos sucessivos da precariedade, basta de jogo por debaixo da mesa!

 Apelo-vos porque sei que ides pensar muito no assunto!

 São vidas que estão suspensas no gélido inverno da precariedade laboral neste nosso pequeno país assolado pela tacanhez do status quo profissional .

 Mário e João, falo-vos agora virtualmente olhos nos olhos.
 Corrijam a trajetória, sejam lestos, façam-no com justiça, para que, quando saírem dos vossos cargos, possam dizer a todos e sobretudo a vós próprios, que não entre-dentes:
 " - estou de consciência tranquila porque tudo fiz para acabar com a escravatura laboral dos homens e mulheres, professores contratados, que muito fizeram pela formação dos cidadãos deste nosso país!".

João e Mário, garanto-vos que com o pesar da idade ides refletir muito acerca das vossas ações ou inações passadas e, como acontece com todos os mortais (se não entrarem em negação!), as inações vão pesar no vosso grau de felicidade.

 "O que é que eu fiz?!" Esta é talvez a pergunta que mais assola os velhos homens. 

Tenho intenção de a fazer a mim próprio, no devido tempo, por isso vos estou a escrever!

Como sincero amigo, não quero que fiqueis com remorsos caro João e estimado Mário!

Um forte abraço, quase sindical, para os dois, que espero reciprocamente signifique: sem ressentimentos!

Jorge Costa

PS. - Esta noite, quando forem dormir, se porventura sonharem que estão numa escola, na sala de professores, façam força para acreditarem que são professores contratados!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Uma PROVA DE INCOMPETÊNCIA ou uma PROVA DE ESTUPIDEZ ?!

VIERAM AGORA COM MAIS UMA ABERRAÇÃO LEGISLATIVA PARA CIMA DOS PROFESSORES CONTRATADOS!

Só faltava mais esta num momento em que os professores contratados foram completamente xingados com um CONCURSO FAZ DE CONTA, o tal NÃO CONCURSO, que colocou um conjunto alargado de três colegas (Parabéns!) certamente tão merecedores como os outros milhares que não conseguiram a tão almejada colocação.

Querem que os contratados, digo, professores como os outros, façam uma prova de competências cujo caráter se destina a humilhar quem penou no mínimo para fazer uma Licenciatura  e passar um atestado de incompetência às instituições de ensino superior, todas sem exceção, incluindo a dos amigos que abriram casas de sugar propinas. Agora quer-se fazer de conta que se quer os melhores quando na realidade o que se pretende mesmo é atulhar o sistema de injustiças atrás de injustiças, pondo os colegas fora desse sistema, fora das estatísticas, fora da classe ativa. Uns professores renegados, um autêntico apartheid socioprofissional.

Quem são estes mentores da desgraça?

São os instalados, os que nada têm a perder, os abutres de homens e mulheres como eles mas com dignidade, professores e professoras que terão a coragem de recusar tamanha afronta a essa mesma dignidade que os faz diariamente respirar a sua profissão.

Os cretinos terão de combater um muro de gente que não se deixará intimidar por mais uma falácia para distrair os professores contratados do essencial, de que arriscam não ficar colocados no dia 31 de Agosto porque assim o quiseram os do poleiro temporário, de que arriscam a que nem lhes paguem desde o início de setembro com o "consolo" garantido pelo hipócrita de que o tempo de serviço contará desde o dia 1.

A cretinice colocou todos os professores contratados numa agonia sem precedentes, autenticamente com o coração nas mãos. Isto é fazer mal aos professores e às suas famílias. Duvido que agora os professores em mobilidade permanente continuem a ficar calados.

Depois de os porem de casa às costas, de os transformarem em material genético descartável, depois de lhes tentarem arrancar a dignidade com as mais atrozes artimanhas, com avaliações só para contratados, com humilhações de concorrerem a ofertas de escola com critérios manhosos e à medida dos conhecidos da Direção, vêm agora com esta PROVA DE COMPETÊNCIAS, os incompetentes!

Interessa-lhes tudo menos a competência profissional dos professores. Não tarda nada começarão a oferecer nas instituições tuteladas pelos amigos qualquer coisa como "CURSO DE PREPARAÇÃO PARA A PROVA DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS" com umas propinas desavergonhadas, onde iriam cair alguns colegas desesperados, legitimamente desesperados com a aflição do sustento seguro para a família.

Mas descansem os colegas mais impressionáveis, que este cenário idílico para os carrascos nunca se irá verificar, pois passada esta fase concursal, a ideia mirabolante vai cair que nem figos podres, tal é o hiato entre o real dos professores e o imaginário destes governantes de ocasião.

Não lhes devemos dar ouvidos, mas também não podemos dormir!

Esta é mais uma daquelas perversidades que apostam na divisão da classe docente, entre os que serão afetados e os que se salvam. O tradicional, o esperado da classe política sem imaginação, que se limita a recuperar o mofo das ideias destrambelhadas dos pequenos políticos já defuntos que, quão almas penadas, aparecem de vez em quando com artigos fantasmagóricos de uma certa imprensa a incentivar os de agora a concluírem as aberrações iniciadas, no caso a PROVA DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS.

FIM, porque não vale a pena dizer mais o que quer que seja. Eles não o merecem!










segunda-feira, 22 de julho de 2013

Três felizardos colocados no quadro, e um rezou muito por isso, quase de certeza!

Dois professores contratados do grupo de Espanhol, e um de Religião e Moral.

O resto, bem, foram os números da indignidade!

Manter dezenas de milhar de contratados desempregados ou a contrato com horários muitas vezes incompletos, mal pagos e numa mobilidade permanente, trabalhando há 10, 15, 20 anos a contrato, isto é violência social!

Os carrascos esfregam as mãos e os professores contratados, na sua maioria, encolhem os ombros e continuam a confiar nas organizações sindicais do costume há mais de 20 anos. Organizações (FNE e FENPROF) que nem souberam exigir o cumprimento da diretiva europeia que exigia desde 1999 a vinculação dos professores contratados ao fim de quatro anos de serviço. Acham que este pormenor foi um esquecimento das organizações sindicais, ou que não convinha a essas mesmas organizações que se pusesse em prática esta diretiva para não se correr o risco de não aumentar tanto os salários dos professores dos quadros?!!!

 Ora ora colegas, deste lado não se dorme!

Não acordem não colegas contratados, esperem pela luta dos outros e não se mobilizem!
Há que exigir um concurso de vinculação extraordinário para o próximo ano, com vagas reais. Mas para isso é necessário que todos os professores contratados se mobilizem em torno desta causa, aderindo à ANVPC - Associação Nacional dos Professores Contratados, a única organização não sindical que defende os vossos interesses.

A pergunta final aos colegas contratados sindicalizados:

COMO É QUE ESPERAM QUE OS VOSSOS SINDICATOS, QUE DEFENDEM OS PROFESSORES DOS QUADROS COM INTERESSES DIVERGENTES DOS VOSSOS, VOS DEFENDAM?!

Não está na altura de se mudarem para uma organização exclusiva dos professores contratados que realmente defende os vossos interesses?


Colega associa-te em:

www.anvpc.org

domingo, 21 de julho de 2013

E foi aquilo que se viu!

A encenação foi orquestrada pelo PR, os atores fizeram-se ao palco, uns de fraque e outros de capote. A coisa foi tão mal feita que os espetadores (nós, os de mãos atadas no intervalo da governança) sairam antes do fim do espetáculo porque já sabiam o final desta peça foleira, de muito mau gosto cénico. O encenador quão fantasmagórico mafarrico fugiu para as ilhas debitando os bitaites do costume, pobres de sumo, isentos de seriedade, famintos de honestidade intelectual.
E foi aquilo que se viu!
Agora tudo voltou às mesmas trupes governativas, e Deus nos valha ter de aturar isto por mais tempo. mas o tempo encarregar-se-á de nos resolver também isto. Dizem os entendidos que não demora nada!

domingo, 14 de julho de 2013

A grande encenação!

Negociações do "compromisso" já começaram





O processo negocial de um "compromisso de salvação nacional" iniciou-se hoje e o PSD, PS e CDS definiram que têm uma semana para chegar a acordo.

Isto de negociar o inegociável tem muito que se lhe diga!

Vai ser interessante ver qual a desculpa que os envolvidos vão dar para não terem chegado a acordo.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

SINDICATO DOS PROFESSORES CONTRATADOS com poder de convocar greve às avaliações e exames nacionais ou ASSOCIAÇÃO sem margem de manobra?! - os sinais são mais que evidentes de que algo pode estar a mudar na forma e sob que alçada os professores contratados vão fazer a reivindicação de uma justa vinculação extraordinária!

Senão vejam este texto que reflete o desaire (que não desânimo) do nosso colega da ANVPC.

" Vitória retumbante, mas …

É este o sentimento amargo dos Professores Contratados após o resultado obtido pelos sindicatos decorrente das greves às avaliações finais e aos exames nacionais.



Utilizando uma terminologia desportiva, faz recordar aquelas partidas em que a nossa equipa realiza um grande jogo, obtém uma grande vitória, mas ocorre algo que ensombra o resultado. Seja pela lesão da “estrela” da nossa equipa, seja pela expulsão do nosso treinador!

Os Professores Contratados aderiram massivamente às greves dos Conselhos de Turma de avaliação, conforme pode ser testemunhado por todos aqueles que frequentam diariamente o espaço – Escola. A forte mobilização e a solidariedade que evidenciaram contribuíram decisivamente para o sucesso da luta!

Contudo, o sentimento é de profunda desilusão, pois dos sindicatos nem uma palavra sobre precariedade docente, vinculação extraordinária ou Professores Contratados. Uma oportunidade perdida!

Mais uma vez, quando existiam fortes condições para a união dos Professores e para a obtenção de uma vitória retumbante, a miopia estratégica e a falta de capacidade de descentração, originaram que os problemas que se colocam ano após ano aos Professores Contratados tivessem sido ignorados nas negociações, não se tendo obtido qualquer contrapartida da sua adesão às greves. No que se refere aos Professores Contratados os resultados pela sua elevada participação nas greves foi simplesmente zero! Sim, porque a mobilidade e um horário de trabalho sem reduções é o que nos afeta há 10, 15 e mais anos!


Os Professores Contratados que ainda acreditavam que quando a luta se fazia era em prol de todos, tiveram mais uma vez a prova do contrário! Desenganem-se, pois se não foi aproveitada a forte dinâmica criada por esta greve que poderia ter sido catapultada para uma vitória em todas as frentes, vemo-la como a grande oportunidade perdida. Ficou mais uma vez provado, que dependemos só de nós próprios!


Pedro Gomes Vieira

Vice-presidente ANVPC "

Os do costume que se cuidem, pois se a ANVPC evoluir para uma organização sindical, a pedra no almofadado sapato sindical vai doer que se farta!